I SÉRIE — NÚMERO 9
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Aplausos do PS.
Vivemos tempos difíceis, e tempos difíceis como aqueles que todos vivemos exigem prudência e
inteligência. Prudência e inteligência na gestão política, na gestão orçamental, na economia, prudência e
inteligência nas privatizações. Trata-se de alienar ativos que não são do Governo, ativos que são de todos os
portugueses. Não podemos, por falta de inteligência e por falta de prudência, depreciar esses ativos, não os
podemos vender «às três pancadas», não podemos alienar a defesa dos interesses estratégicos de Portugal.
Temos de convir que ao Governo de Portugal tem faltado, a vários níveis, quer prudência, quer inteligência.
Cada vez mais, a equipa do Ministério das Finanças faz parte do problema e não parte da solução.
Este Governo aproveita todos os momentos, não desperdiça mesmo nenhum, para dinamitar o consenso
político e social. Está em guerra no seu interior, desfasado da sociedade, afastado dos parceiros sociais e
afastado dos partidos políticos aqui representados, na Assembleia da República.
Aplausos do PS.
Nós podíamos dar vários exemplos. O exemplo da TSU, o exemplo do IMI, o exemplo do IVA na
restauração,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas isto não era sobre as privatizações?
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — … mas também aqui nas privatizações,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah!
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — … porque a trapalhada sobre a RTP e as ideias que laçam sobre a
Caixa Geral de Depósitos são bons exemplos desse dinamitar…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isto é só sobre algumas privatizações!
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — … do consenso político e social.
Por isso, Sr.ª Presidente, Caras e Caros Colegas, precisamos de rigor, precisamos de transparência,
precisamos de mais fiscalização, precisamos de pensar a economia e de pensar numa defesa dos interesses
estratégicos nacionais.
É preciso regulamentar a defesa e a salvaguarda dos interesses estratégicos nacionais.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah! É esse o problema!
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — É preciso regulamentar o decreto-lei das privatizações. Porque é que
o Governo não o fez em quase 300 dias? Porque é que continua sem o fazer? É uma prática que não é
rigorosa nem transparente.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Legislar depois de privatizar não é uma política rigorosa nem
transparente. A opacidade nas escolhas de assessorias financeiras, jurídicas e outras não é uma prática
rigorosa nem transparente. Ajustes diretos ou negociações diretas não são práticas rigorosas nem
transparentes.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
A estranha coincidência de nomes do Partido Social Democrata que passam a exercer cargos em
empresas privatizadas não é prática nem rigorosa nem transparente.