11 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Então, era o quê?
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr.as
Secretárias de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: Estamos convictos de
que este Governo — tal como os governos anteriores, digo-o aqui e só tenho pena que o Partido Socialista
não tenha o sentido de responsabilidade para dizer o mesmo — procura sempre, em qualquer processo de
privatização, salvaguardar o interesse nacional, independentemente de estar na lei ou não essa obrigação.
Não acredito que exista um governo da República sufragado pelos eleitores que, em qualquer processo de
alienação de interesses públicos, não salvaguarde o interesse nacional.
Em segundo lugar, é preciso que fique claro que num processo de privatização não se vão encerrar
empresas. As empresas ficam aí, e ficam aí abrindo, muitas vezes, novas fronteiras e novos horizontes para a
sua atividade. Aquilo que vemos é que, quando investidores estrangeiros ou nacionais se colocam ao lado do
Estado, ou substituindo-se ao Estado, investindo o seu dinheiro nestas empresas, têm eles próprios um
interesse, que é o sucesso dessas empresas, porque o sucesso dessas empresas resultará também no
sucesso do seu investimento.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Transparência!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Aquilo que sabemos é que nem todos pensam assim, porque para uns o
interesse público só será salvaguardado se a propriedade ficar do Estado. É uma mentalidade já nem diria do
século XX mas, sim, do século XIX.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É do século XXI!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Aquilo que sabemos é que, com as entidades de regulação que estão
asseguradas e que vão vigorar, o interesse nacional estará sempre salvaguardado, independentemente do
capital dessas empresas.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Está à vista!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr.ª Secretária de Estado, há questões que têm sempre de ser
esclarecidas. Qual é o ritmo do programa de privatizações? A meta inscrita no Memorando de Entendimento
por aqueles senhores, de 5000 milhões de euros, será ou não alcançada? Que concessões podem ainda vir a
ser desenvolvidas, nomeadamente nos transportes da área de Lisboa, que também estão inscritas no
Memorando de Entendimento?
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Termino, Sr.ª Presidente, dizendo que apoiamos o Governo e estamos
convictos de que vai desenvolver, salvaguardando o interesse nacional, o programa de privatizações em
curso. Lamentamos que, mais uma vez, o Partido Socialista, sem rumo, não possa merecer a confiança dos
portugueses por aquilo que mostra — não tem credibilidade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo.
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
Secretárias de Estado, Caras e Caros Colegas:
Uma primeira nota é para referir uma evidência — estamos perante uma interpelação e aquilo que se espera
de um membro do Governo interpelado é que responda às interpelações dos partidos políticos nesta
Assembleia e não que iluda as questões colocadas.