I SÉRIE — NÚMERO 9
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O Sr. Deputado João Galamba, que se especializou em «números» de abertura de telejornais, decidiu,
hoje, mais uma vez, fazer um dos seus «números» políticos nesta Sala, dirigindo palavras insultuosas a um
Secretário de Estado que aqui está com toda a serenidade e toda a disponibilidade para lhe responder.
O Sr. Deputado João Galamba desculpará, mas o Governo não está obrigado a sujeitar-se aos «números»
que mal-educadamente o Sr. Deputado faz, diariamente, neste Parlamento!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Secretária de Estado, a Mesa interpretou a sua intervenção
como uma interpelação sobre a condução dos trabalhos.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Peço a palavra, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para que efeito, Sr.ª Deputada?
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Para intervir nos mesmos termos utilizados pela Sr.ª Secretária de
Estado.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Mesa interpretou a intervenção da Sr.ª Secretária de Estado como
uma interpelação à Mesa sobre a condução dos trabalhos.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr.ª Presidente, é já a segunda vez que a Sr.ª Secretária de Estado usa
tempo que não tem para fazer interpelações que não o são.
Compreendemos o mal-estar do Governo, compreendemos que não gostem daquilo que o PS tem para
dizer, mas, Sr.ª Secretária de Estado, estamos no Parlamento, estamos na Assembleia da República e nem a
sua gritaria, nem a sua suposta indignação, que não é fundamentada, poderão condicionar os trabalhos deste
Parlamento.
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade: — É por estarmos no
Parlamento que essa linguagem não se aplica!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Estamos na Assembleia da República, não estamos na tasca!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — O que a Sr.ª Deputada fez foi uma interpelação à Mesa sobre a
condução dos trabalhos. No entanto, devo dizer-lhe, Sr.ª Deputada, que, já no outro dia, a Sr.ª Presidente teve
oportunidade de dizer que temos uma responsabilidade coletiva e individual no sentido de tentarmos não
desprestigiar este órgão de soberania e isso passa também pelos termos, pelas expressões utilizadas e pelo
modo como nos comportamos, individual e coletivamente, no decurso das sessões plenárias.
Para uma intervenção, tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: No tempo que me resta, gostaria de
dizer apenas que o Sr. Deputado João Galamba refere dívidas ou despesas imprevisíveis no início do ano,
mas o próprio Conselho Económico e Social diz que, na correção ao Orçamento do Estado que o Partido
Socialista fez na altura, a meio do ano, não incorporou o que era mais do que conhecido. Aliás, é
estranhíssimo que tenha vindo aqui referir submarinos, cuja entrega para aquele ano estava mais do que
prevista, não se tendo referido ao Ministro Castro Caldas. Mas esses são outros problemas do Sr. Deputado…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ao Eng.º Guterres, ao Jaime Gama! Esses todos…
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — O Partido Socialista não assume que, em 2010, preparou o caminho
para que, em 2015, em 2016, em 2017, em 2018, em 2019, em 2020, e durante os 30 anos seguintes, o País