I SÉRIE — NÚMERO 13
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Tem, pois, a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O Governo, nomeadamente o Sr.
Ministro da Economia, não foi capaz de responder aqui hoje à questão central, de como vamos ter
crescimento.
O Sr. Ministro veio reconhecer que sem crescimento não se paga a dívida, mas não tem qualquer ideia
para conseguir o crescimento. Este é o Governo da recessão, do abuso.
O Sr. João Semedo (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Com este Governo, intocáveis são só os juros, tudo o resto é para arrasar.
Temos 538 novos desempregados e desempregadas por dia, e tudo o que o Governo e a maioria sabem
fazer é gabar-se dos 50 empregos que o Programa Impulso Jovem conseguiu, ao fim de vários meses de
vigência.
Temos as famílias a vender os fios de ouro para pagarem as contas no fim do mês e tudo o que os
senhores sabem fazer é ficar contentes por as exportações de ouro aumentarem.
Temos os salários a baixar, temos o rendimento das famílias e o consumo a cair e os senhores gabam-se,
ficam contentes porque as importações estão a diminuir.
Os senhores olham para um campo queimado e dizem: «Isto sem árvores até parece mais espaçoso!»…
Sr. Ministro da Economia, o senhor pode vir aqui, à vontade, atacar a oposição, mas isso não esconde o
essencial: não tem respostas! O senhor tem responsabilidades. Isto não é um jogo de palavras.
O Sr. Ministro da Economia é o ministro que tutela a eletricidade, aquela que, na Europa, mais rendimento
leva das famílias e das empresas. É o senhor das privatizações absurdas e daquelas que retiram à economia
a capacidade de reagir, na eletricidade, nos aeroportos, na TAP. O senhor tem responsabilidades nessas
áreas. Tem responsabilidades nos transportes públicos e nos despedimentos. Tem responsabilidades numa
grande distribuição descontrolada, que arrasa completamente a produção e sobre a qual não fez nada.
O Sr. João Semedo (BE): — Bem lembrado!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Tem responsabilidades no que está a acontecer, neste momento, nos
portos portugueses. Tem responsabilidades na exaustão fiscal da restauração. Tem responsabilidades nas
ideias absurdas da TSU. Tem responsabilidades num QREN que não está ao serviço da economia. Tem
responsabilidades por as empresas não terem acesso ao crédito, e não foi capaz de responder aqui à
pergunta concreta que lhe fizemos sobre a Caixa Geral de Depósitos e as suas obrigações no financiamento
da economia real.
O Sr. João Semedo (BE): — Ora aí está uma boa pergunta!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Ministro, isto não é um jogo de palavras. O Sr. Ministro tem
responsabilidades.
Bem pode vir para aqui sorrir e até ouvir os aplausos e risos da maioria. Só que estes aplausos e risos, Sr.
Ministro (não se engane), são a banda sonora da pantomina de um Governo que não tem legitimidade, que
não tem credibilidade, de um Governo que já não o é, que não o pode ser, de um Orçamento que não pode
entrar em vigor!
Os senhores não têm qualquer ideia, apenas arrasam a economia. E se alguém tinha alguma ilusão sobre
o que poderia haver para lá deste Orçamento, hoje ficou a saber: não há nada! É o vazio! E é no vazio que
querem que o País caia!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do
Ambiente e do Ordenamento do Território.