19 DE OUTUBRO DE 2012
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fim de agosto, os pobres só viram 2 milhões de euros desses apoios, menos de 1% das vossas promessas.
Ou seja, 99% de propaganda descarada e 1% de verdade, na matemática da ética social de austeridade deste
Governo.
Propaganda e cortes cegos aos pobres: depois de cortar em 40 € por mês a cada criança e a cada mãe
pobre, 60 € por mês a cada doente beneficiário de prestações sociais, agora, em 2013, mais um corte de 6%
no subsídio de desemprego, mais 5% de corte no subsídio de doença, um incrível aumento de 26% na taxa de
IRS das famílias de mais baixos rendimentos. E mais, muito mais cortes escondidos, que não convém bem
explicá-los, mais uns 300 milhões de cortes de apoios sociais.
Não, Srs. Ministros, os pobres, os desempregados não são, nem podem ser, variável de ajustamento das
vossas folhas de Excel.
Aplausos do PS.
E a transparência, Srs. Ministros, a transparência! A necessidade de transparência absoluta na decisão
pública, num tempo de tanta dor.
Este processo de privatização da TAP, em que, hoje mesmo, escolheram, na prática, o vencedor da
privatização, isto no dia em que aprovaram o caderno de encargos dessa privatização!
Aplausos do PS.
O que dizer da notícia de hoje sobre a privatização da EDP? Este processo começou logo muito mal na
escolha milionária dos assessores do Estado nesta privatização, uma escolha que poucos terão compreendido
e os senhores nunca esclareceram. E, agora, o que dizer das dúvidas, hoje noticiadas, sobre o possível
conhecimento, por parte de um dos participantes (ainda por cima, o vencedor) das propostas dos outros
concorrentes, que, com esse facto, o Estado poderá ter sido lesado em muitos milhões de euros.
É preciso esclarecer, até ao mais ínfimo detalhe estas notícias, Srs. Ministros, e espero que o façam ainda
hoje.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Pelo caminho deste Governo não vamos. Não vamos nós e não
querem ter de ir os portugueses.
Deixem-se de tiques de vácua arrogância: era a TSU ou nada, era o fim da cláusula do IMI ou nada, era
este Orçamento sem mexidas ou o desastre, este Orçamento ou o incumprimento do Programa, mas no dia
seguinte já havia margem para alterações e cortes de 1000 milhões de euros.
Há sempre alternativas, Srs. Ministros!
Protestos do Deputado do PSD Paulo Batista Santos.
Este ajustamento é da responsabilidade do Estado, do Governo português. Saibam compreender os sinais
que lhes dão os nossos parceiros internacionais,…
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — … que recolhem das instituições nacionais, que recolhem, todos os
dias, dos portugueses.
Partam para a negociação na Europa, vão reclamar aquilo que muitos já se dizem disponíveis para
negociar connosco: mais tempo para permitir estabilizar a economia, menos juros para contribuir ativamente
para a estabilização da dívida que queremos honrar. E regressem a sério — e não com autorizações
legislativas de propaganda, que não colocarão uma empresa, em janeiro do próximo ano, no regime de IVA de
caixa —, regressem a sério, repito, às políticas de crescimento económico, à ativação do QREN, que
congelaram de forma incrível, à captação de investimento, à promoção de financiamento das empresas, em
particular das PME.
Em suma, um regresso à Europa, um regresso à economia, o abandono desta via obstinada do
empobrecimento regenerador, que já se demonstrou que não funciona.