27 DE NOVEMBRO DE 2012
65
E o que é que o Governo e os Srs. Deputados da maioria que o suportam fazem? Criam uma comissão
para estudar o problema. Estudar o problema, Srs. Deputados?! Ainda por cima, como o Sr. Deputado acabou
de dizer, sem ideias preconcebidas. O problema está estudado! O problema precisa é de ação e de mudança.
O Bloco de Esquerda propõe a redução da taxa do IVA para 13%, tal como outros partidos também
propõem. O que se pede aos Deputados da maioria é que votem agora, neste Orçamento do Estado, esta
redução do IVA antes que seja irremediavelmente tarde de mais.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Sr. ª Deputada Helena Pinto, já lhe tinha dado as boas-vindas ao Parlamento.
Tem agora a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. ª Presidente, durante a discussão do Orçamento do Estado
para 2012, Os Verdes tiveram oportunidade de chamar a atenção para o erro que o Governo se preparava
para cometer com o aumento do IVA no setor da restauração. De facto, mesmo com a taxa a 13%, a situação
na restauração já era muito preocupante, uma vez que na altura se verificavam já quebras acentuadas ao nível
da restauração, e com a passagem do IVA de 13% para 23% seria, pois, de prever uma situação ainda pior.
Este cenário mais do que previsível levou o Grupo Parlamentar Ecologista «Os Verdes», assim como
outros grupos parlamentares da oposição, a apresentarem propostas de alteração ao Orçamento do Estado
para 2012 no sentido de manterem o IVA da restauração na taxa intermédia. Porém, indiferentes às
consequências, os partidos da maioria, acabaram por chumbar a proposta de Os Verdes, tal como as
restantes propostas da oposição, e a taxa do IVA na restauração sofreu um aumento de 10 pontos
percentuais.
Hoje, os resultados dessa opção dos partidos da maioria são mais do que evidentes: encerramento e
falências de milhares de casas de restauração, milhares e milhares de novos desempregados no setor e, pior,
ao contrário das contas do Governo, a este brutal aumento do IVA não correspondeu um aumento a receita
fiscal.
Portanto, não há qualquer razão para manter a taxa de 23% no IVA da restauração.
Agora interessava reconhecer o erro, porque esse reconhecimento também seria um sinal de
responsabilidade, uma vez que, afinal, este aumento do IVA não está a ser útil para ninguém, não está a
beneficiar ninguém, está a ser mau para toda a gente.
Está a ser mau para o setor da restauração, que viu as suas dificuldades aumentarem de forma dramática,
está a ser mau para a nossa economia, porque este aumento está a levar ao encerramento de muitas
pequenas empresas e a contribuir para o aumento do desemprego, e está a ser mau para o equilíbrio das
contas públicas, porque as receitas do IVA está a cair.
Então, se é assim, se não é bom para ninguém, só resta ao PSD e ao CDS darem a mão à palmatória e
votarem a favor das propostas que pretendem repor a taxa do IVA nos 13%, entre as quais está a proposta de
Os Verdes.
É que errar é, de facto, mau, mas pior do que errar é não reconhecer o erro, e pior ainda é não aprender
com o erro, porque se não aprendemos com os erros não andamos cá a fazer nada. Portanto, seria bom que
«dessem a mão à palmatória» e assumissem definitivamente que se enganaram, que foi um erro, que foi um
cálculo mal feito, e votassem a favor das propostas que pretendem repor o IVA da restauração nos 13%.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, pelo CDS-PP; tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: O
Governo e a maioria, em particular o CDS-PP, sempre foram sensíveis ao setor da restauração.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Não se nota nada!