I SÉRIE — NÚMERO 24
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O Sr. Secretário de Estado do Orçamento (Luís Morais Sarmento): — Sr.ª Presidente, aproveito os
poucos segundos de que disponho para responder à questão posta pelo Sr. Deputado Honório Novo, que,
aliás, era uma pergunta puramente retórica, porque ele bem sabe qual é a resposta.
Como o Sr. Deputado bem sabe, a metodologia seguida para a apresentação das contas é a metodologia
das contas nacionais e nesse perímetro estão incluídas as entidades «PAR» resultantes do BPN.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Mas quanto é?
O Sr. Secretário de Estado do Orçamento: — Bem sabe que o défice a que o Governo se refere segue
essa metodologia.
Por isso, a sua pergunta apenas teve como objetivo criar uma dúvida e uma incerteza. Nada mais.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Mas quanto é?
O Sr. Secretário de Estado do Orçamento: — O Sr. Deputado bem sabe qual é a resposta.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Quanto é?!
O Sr. Honório Novo (PCP): — São 500 milhões?! Não deixaram tempo ao Sr. Secretário de Estado para
responder.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Eduardo Cabrita.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr.ª Presidente, já percebemos quem são as vítimas deste Orçamento: são
os desempregados, são os trabalhadores por conta de outrem, são os funcionários públicos, são aqueles que
mereciam ter direito a pensão de alimentos. Já percebemos, pois, quem são os «beneficiados».
Numa questão que é central da crise portuguesa deste momento, que são os milhares de portugueses que
se veem impossibilitados de cumprir as suas obrigações com o pagamento das suas hipotecas, dos juros dos
seus empréstimos, que, por causa disso, perdem as suas casas, o PS dá à maioria uma última oportunidade
de mostrar preocupações sociais, de mostrar o equilíbrio, de mostrar com quem está, com duas propostas que
são neutras: por um lado, a possibilidade de baixa em 0,1 da taxa máxima do IMI relativamente aos prédios já
reavaliados; por outro lado, o fim da escandalosa isenção de IMI de que gozam os fundos imobiliários.
Protestos do CDS-PP.
É esse o equilíbrio necessário.
Digam, de vez, se estão, de facto, com os portugueses que não pagam o empréstimo, que têm dificuldade
em pagar o IMI e que, por isso, aos milhares perdem as casas, que continuam a pagar à banca, por culpa do
recuo que a banca obrigou o PSD a fazer nas suas propostas do crédito à habitação, ou se convivem
calmamente com esta situação: o proprietário fica sem casa e fica a pagar; o banco recebe a casa, deixa de
pagar IMI e continua a cobrar.
É esta a justiça da maioria e deste Governo.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Estamos a chegar ao fim da
discussão, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2013…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Penosamente!