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I SÉRIE — NÚMERO 26

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Vozes do PS: — Exatamente!

O Sr. José Junqueiro (PS): — Fazer a reforma do Estado implica, também, sinceridade da parte dos

partidos políticos. Há uns anos, tivemos um encontro para tentar fazer uma nova lei eleitoral para as

autarquias locais, ou fazer um pacto para a justiça, e a verdade é que não conseguimos fazer nem essa nova

lei eleitoral — no passado como agora — nem esse pacto para a justiça, porque a pessoa que liderava o seu

partido à época, como o Sr. Deputado estará lembrado, disse: «Não. Nós não fazemos nenhum pacto nem

para a justiça nem para nenhum outro setor».

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — 90% foi realizado! Está esquecido!

O Sr. José Junqueiro (PS): — Há uma outra questão com a qual nada temos a ver. O Sr. Deputado

lembrar-se-á bem que a reforma do Estado foi reduzida a um anúncio de um corte de 4000 milhões de euros

— foi assim que se falou em «refundação» e, a seguir, em reforma do Estado. E essa é matéria que não diz

respeito ao PS, é matéria a que o Parlamento está alheio,…

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Exatamente!

O Sr. José Junqueiro (PS): — … porque essa é matéria clandestina, objeto de acordo entre o Governo e a

troica, em setembro. E também as outras são matérias clandestinas, que resultam de seis atualizações do

Memorando e de um documento de estratégia orçamental clandestino, apresentado em Bruxelas mas não

neste Parlamento.

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!

O Sr. José Junqueiro (PS): — Em conclusão, a questão é a seguinte: se o Sr. Deputado quer debater a

reforma do Estado, nós estamos cá para o fazer; se o Sr. Deputado quer arranjar uma fonte de financiamento

para tapar os buracos do Governo, de um prejuízo de 61 milhões de euros por dia, não, Sr. Deputado, nós não

estamos cá! Não há revisão da Constituição, não há cortes no Estado social.

Para isso os senhores não contarão connosco!

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Menezes, queria felicitá-lo pela

intervenção que fez e queria não só fazer minhas as suas palavras em relação ao elogio justo que fez à

memória de Sá Carneiro como juntar à memória de Sá Carneiro a memória de um homem que, para nós, é

sempre uma fonte de inspiração, Adelino Amaro da Costa. Os dois serviram de farol e, como o Sr. Deputado

bem disse, indicaram-nos caminhos que, ainda hoje, temos dificuldade em trilhar e alguns têm dificuldade em

perceber.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Sr. Deputado, o que ressalvo da intervenção de V. Ex.ª é algo que tem tendência a passar despercebido.

Recordo-me da discussão do Plano Estratégico de Transportes e de todos os nomes que a oposição

chamou ao Plano. Tivemos a humidade de reconhecer que fazíamos um plano para uma legislatura, não um

plano com seis anos de discussão, com livros brancos e livros de todas as cores, e que nunca viu a luz do dia.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!