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6 DE DEZEMBRO DE 2012

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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Fizemos uma coisa sensata, porventura menos ambiciosa. Mas qual é

a consequência? A consequência é que está a ser feita, no plano das empresas públicas de transportes, uma

verdadeira restruturação, sem pôr em causa o serviço público e com a verdadeira noção do que é o serviço

público, fazendo-o com justiça e com equilíbrio, sem beliscar quem dele precisa e sem pôr em causa as contas

públicas.

Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Houve até um ex-ministro que dizia que era quase impossível

conseguir o equilíbrio operacional, que fazia uma estátua a quem o conseguisse. Hoje, corre o risco de ter de

contribuir para a estátua de quem vai conseguir esse equilíbrio operacional nas empresas públicas de

transportes, repito, sem pôr em causa a essência do serviço público.

Pergunto, também, se é ou não relevante que, num setor em que era fundamental respeitar o direito dos

trabalhadores, ainda assim, tenham sido conseguidos os necessários equilíbrios em termos de quadro de

pessoal. Foi isso que foi feito. Aliás, o Sr. Deputado indicou aqui o número: houve 1200 pessoas que,

livremente, de acordo, em concertação e negociação, aceitaram sair das empresas públicas de transportes.

Não há notícia de qualquer afronta, de falta de respeito pelos direitos dos trabalhadores e de falta de consenso

nesta matéria.

Este é, também, um aspeto que gostava de precisar.

Por outro lado, o Sr. Deputado também falou do que chamo «a avaliação das funções do Estado». Penso

que estamos todos a dizer a mesma coisa, que todas as bancadas concordam que devemos ter um Estado

mais eficiente, mais eficaz, que sirva os contribuintes com a mesma qualidade com que qualquer empresa

serve os seus clientes, isto é, com qualidade, rapidez, eficiência e, obviamente, se possível, sendo

economicamente sustentável.

Esta é uma discussão séria, por isso pergunto ao Sr. Deputado se conseguiu perceber algo que eu não

percebi: não sei se o Partido Socialista quer fazer esse debate,…

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Quer, mas não quer!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … se depende dos dias, se depende da formulação, ou se, sempre que

nos aproximamos dele, o Partido Socialista foge, o que torna quase impossível discutirmos seriamente este

debate. Portanto, qual é a perceção que tem? É que, da intervenção do Sr. Deputado José Junqueiro, fica a

ideia de que quer discutir, até já começou a fazer o debate, mas quando queremos contribuir para o debate,

eis que o Partido Socialista desaparece no nevoeiro e na penumbra!

Portanto, a minha pergunta é se vamos ter, ou não, oportunidade de fazer uma discussão séria, útil e —

diria até — urgente para o País.

Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente. — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Menezes.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados José Junqueiro e Hélder Amaral, muito

obrigado pelas questões que colocaram.

Começava pelo fim, respondendo ao Sr. Deputado Hélder o seguinte: quando me pergunta o que penso da

postura do Partido Socialista relativamente à questão da reforma do Estado, a única coisa que me vem à

mente, assim de repente, é um ditado galego da Rosalía de Castro, que, quando lhe perguntam se concorda

com uma coisa, ela responde «si, pero no»!

Risos do PSD.

Ou seja, uns dias o PS diz que «sim», outros dias que «não»…

Claramente, nestas declarações do Partido Socialista são relevantes dois aspetos.