I SÉRIE — NÚMERO 28
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Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do PCP, do BE, de Os Verdes e dos
Deputados do PSD Ângela Guerra, António Leitão Amaro, Mário Simões e Sérgio Azevedo, votos contra do
CDS-PP, dos Deputados do PSD Bruno Vitorino, Carlos Abreu Amorim Duarte Pacheco, Fernando Negrão,
Luís Campos Ferreira e Pedro do Ó Ramos e dos Deputados do PS Rosa Maria Albernaz e Nuno Sá e
abstenções do PSD e dos Deputados do PS Basílio Horta, João Paulo Pedrosa, Pedro Delgado Alves e
Ricardo Rodrigues.
É o seguinte:
A admissão da Palestina como membro observador das Nações Unidas, por expressiva maioria da
Assembleia Geral realizada em 29 de novembro de 2012, constitui um facto de alcance histórico para a paz no
Médio Oriente e um passo muito significativo no reconhecimento dos direitos inalienáveis do povo palestiniano.
A votação obtida na Assembleia Geral das Nações Unidas em favor da causa palestina (138 votos a favor,
9 votos contra e 41 abstenções), em que é justo salientar o voto favorável de Portugal, expressa a vontade
inequívoca da esmagadora maioria dos Estados do mundo em favor do cumprimento das resoluções das
Nações Unidas sobre a Palestina, que reconhecem o direito do povo palestiniano a viver em liberdade, dentro
das fronteiras de um Estado livre e soberano constituído nos territórios ocupados em 1967, e que preconizam
uma relação pacífica duradoura entre os Estados da Palestina e de Israel.
Porém, o anúncio feito pelo Governo de Israel de prosseguir e intensificar a construção de colonatos, em
clara violação do Direito Internacional e dos acordos subscritos na sequência do processo de Oslo, visando
inviabilizar o Estado Palestino e as aspirações nacionais do seu povo, e impor, na prática, a irreversibilidade
da anexação dos territórios ocupados, constitui um sinal preocupante, em tudo contrário ao desejo de paz
manifestado expressivamente pelas Nações Unidas e pela Autoridade Palestiniana.
Reunida em Plenário em 7 de dezembro de 2012, a Assembleia da República congratula-se com a decisão
da Assembleia Geral das Nações Unidas de reconhecer à Palestina o Estatuto de Estado Observador e
manifesta o seu apoio a todos os esforços conducentes à paz no Médio Oriente e ao reconhecimento dos
direitos legítimos do povo palestiniano.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 93/XII (2.ª) — De congratulação pelo reconhecimento da Palestina como Estado Observador Não-Membro da Organização das
Nações Unidas (Os Verdes).
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do CDS-PP e dos Deputados do PS Nuno
Sá, Pedro Delgado Alves, Ricardo Rodrigues e Rosa Maria Albernaz, votos a favor do PS, do PCP, do BE e de
Os Verdes e abstenções dos Deputados do PS Basílio Horta e João Paulo Pedrosa.
Era o seguinte:
No passado dia 29 de novembro, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas voltou a apreciar
uma proposta que visava assegurar a elevação do estatuto diplomático da representação da Palestina na
ONU.
Mais uma vez, a Comunidade Internacional foi chamada a pronunciar-se sobre o drama vivido pelo povo
palestiniano e, de 193 Estados, 138 votaram a favor, 9 contra e os restantes abstiveram-se.
A Palestina foi, assim, reconhecida como Estado Observador não-membro das Nações Unidas.
Este resultado demonstrou que a ONU não pode continuar a ignorar que o povo palestiniano tem vivido, há
décadas, sob a opressão israelita, condenado ao exílio, em colonatos, sem acesso a direitos básicos, e
segregado num muro já condenado pelo Tribunal Internacional.
A Comunidade Internacional expressou assim o desejo de resolução do conflito israelo-palestiniano e o
cumprimento dos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas, enquadrando-se num consenso cada
vez mais alargado sobre uma solução para este conflito, que passa, necessariamente, pela consagração da
existência do Estado da Palestina.