13 DE DEZEMBRO DE 2012
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A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — A RTP é sucessivamente usada pela oposição como arma de
arremesso, como instrumento de combate político-partidário.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É usada é pelo Governo!
A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — Lamentamos que isso aconteça, porque essa utilização abusiva da RTP
apenas contribui para uma maior instabilidade dentro da empresa, para uma maior instabilidade junto dos
trabalhadores da empresa.
Risos do PS.
Lamentamos, porque a empresa deveria merecer maior respeito, por parte do Partido Socialista.
Sr. Deputado, o assunto que nos trouxe aqui, das privatizações, concretamente da privatização da RTP, é
um assunto que, efetivamente, não é pacífico na sociedade portuguesa, mas também não é pacífico dentro do
próprio PS. Ouvimos hoje, aqui, o Sr. Deputado dizer que o PS é contra a privatização da RTP, mas o senhor
não poderia dizer isso quando estava no Governo, porque, nessa altura, importantíssimas figuras do seu
Governo manifestavam-se a favor da privatização da RTP.
A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — Portanto, não sei se esse assunto será assim tão pacífico dentro do PS,
porque uma coisa é o PS quando está no Governo, outra coisa é o PS quando está na oposição.
Aplausos do PSD.
Quero apenas dizer-lhe, Sr. Deputado, que não contribuiremos para este ruído em torno da RTP, não
contribuiremos para a fragilização da empresa e para a instabilidade dentro da empresa. Queremos contribuir,
isso, sim, para a solução do problema da RTP e o senhor, pela especial responsabilidade que teve, sabe que
é preciso encontrar uma solução.
O PSD está apostado em dar o seu contributo positivo para essa solução, em defesa da empresa, em
defesa da sua estabilidade e em defesa dos seus trabalhadores. É nisto que estamos apostados!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão.
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Carla Rodrigues, eu é que devo devolver-lhe
uma pergunta, se me permite: por que é que a senhora não aproveitou para explicar à Câmara a razão pela
qual, volvido mais de um ano sobre a cominação estabelecida na lei — e, suponho, com os vossos próprios
votos — para que o Governo definisse as condições de defesa e salvaguarda do interesse estratégico nacional
em matéria de ativos fundamentais para a nossa economia, o Governo, até hoje, não o fez,…
O Sr. Mota Andrade (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Jorge Lacão (PS): — … antes de encetar um processo de privatizações, numa área absolutamente
vital para a defesa dos interesses de Portugal?!
O Sr. Mota Andrade (PS): — Muito bem!
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Esta é a pergunta à qual a Sr.ª Deputada ou a sua bancada devem responder,
porque é ela que condiciona a transparência, o critério de seleção dos interesses estratégicos, as condições