15 DE DEZEMBRO DE 2012
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processo com mais burocracia e mais custos, procurando empurrar as pessoas para a desistência desta
prestação social; e no sentido de exigir um plano de inserção devidamente assinado, obrigando as famílias
mais carenciadas a esperar meses a fio por uma resposta e sem proceder ao pagamento das prestações
relativas aos meses de espera.
Em duas palavras: uma vergonha! E, como se uma vergonha fosse pouco, eis que o Governo PSD/CDS-
PP aprova o Decreto-lei n.º 221/2012, através do qual pretende transformar os beneficiários do rendimento
social de inserção em mão-de-obra barata e a exercerem funções que, na realidade, pressupõem uma
contratação com vínculo estável e com salários justos.
O Governo pretende, assim, colocar os beneficiários do rendimento Social de inserção a fazer o trabalho de
milhares de trabalhadores da Administração Pública, que o mesmo Governo pretende despedir, em 2013.
Um Governo que se atreve a tamanha injustiça, que se mostra incapaz de perceber que também a
insensibilidade social tem limites, é um Governo que tende perder a pouca credibilidade que tem. Um Governo
que continua a penalizar as famílias mais fragilizadas socialmente é um Governo que tende a perder o respeito
dos portugueses.
Da nossa parte, da parte de Os Verdes, dizemos não a esta pouca vergonha e nesse sentido
acompanhamos, hoje, as apreciações parlamentares apresentadas pelo Partido Socialista e pelo Partido
Comunista Português e apresentamos, também, uma iniciativa legislativa no sentido de proceder à cessação
da vigência do Decreto-lei n.º 221/2012.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Muito bem!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João
Figueiredo.
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados:
Discutimos hoje duas apreciações parlamentares sobre a entrada em vigor da legislação que institui a
atividade socialmente útil a desenvolver por parte dos beneficiários das prestações do rendimento social de
inserção.
Importa proporcionar aos beneficiários desta medida, com a qual o PSD sempre esteve de acordo, as
condições de integração e não, como aconteceu durante muito anos, mantê-los numa situação de completa
dependência da prestação.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Nos últimos anos, a única preocupação do Partido Socialista foi atribuir
uma prestação, deitar dinheiro para cima do problema e, com isso, missão cumprida!
Protestos do PS e do PCP.
E a prova evidente dessa realidade é que — e os números não deixam margem para dúvidas —, entre
2007 e 2009, havia mais 18 000 famílias, mas entre 2009 e 2011, ganhas que foram as eleições, já havia
menos 71 000 famílias.
Protestos da Deputada do PS Sónia Fertuzinhos.
A isto chama-se solidariedade hipócrita, Sr.ª Deputada!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — O desemprego não aumentou?!