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I SÉRIE — NÚMERO 32

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Sobre a Coudelaria de Alter — e, para terminar, Sr. Presidente —, gostaria de dizer só o seguinte: o que os

senhores fizeram abriu campo para que o Governo, agora, venha culminar com a privatização, entregando a

quatro pessoas um importante património nacional, um serviço público, com a respetiva destruição e tudo o

que isso significa.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, aproveito para informar que se encontra na galeria do

Corpo Diplomático uma delegação da Mesa do Parlamento Nacional da República de Timor-Leste, que integra

os Srs. Vice-Presidentes Adriano Nascimento e Adérito Hugo, a Sr.ª Secretária da Mesa, Fernanda Lay, e a

Sr.ª Vice-Secretária da Mesa, Ângela Sarmento.

Os nossos cumprimentos.

Aplausos gerais, de pé.

Vamos prosseguir com os pedidos de esclarecimento ao Sr. Deputado Agostinho Lopes.

Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Agostinho Lopes, ao que assistimos,

neste momento, por parte deste Governo e, muito particularmente, por parte da Ministra da Agricultura, que

até vem do CDS, é que aquele amor, aquela paixão arrebatadora, que existia enquanto partido da oposição,

pela agricultura, pela lavoura, afinal, transformou-se num enorme abandono, após a eleição e a formação

deste Governo.

Vemos isso em matérias essenciais e em matérias que até já foram objeto de debate, aqui, na Assembleia

da República. É, aliás, notória, nas grandes causas que afetam a agricultura, o mundo rural, uma enorme

incapacidade do Governo e da Sr.ª Ministra para resolver problemas essenciais.

Olhemos para o exemplo da Casa do Douro. Na última visita da Sr.ª Ministra a esta Assembleia ficou claro

que não há, no Ministério da Agricultura, uma solução para a Casa do Douro, nem sequer aquela solução que

o CDS apontava quando estava na oposição. E, agora, o Ministério da Agricultura atira para o Ministério das

Finanças a solução do problema. Ou seja, o que era amor passou, agora, a abandono!

Numa matéria que conseguiu até unanimidade desta Assembleia, numa matéria sobre a qual ouvíamos os

Deputados do PSD e do CDS dizer arrebatadamente que, agora sim, após décadas de abandono, o Governo

ia fazer alguma coisa, que é a do projeto do Baixo Vouga Lagunar, o que vemos é a mesma inoperância a que

estávamos habituados no passado. De facto, meses após este Governo ter tomado posse, continuamos a

assistir à salinização daquelas terras que são das mais produtivas do País.

O que lhe pergunto, Sr. Deputado, é se teria de ser assim, se não seria de esperar que esta maioria

exigisse ao Governo que cumprisse a sua palavra e que o futuro do Baixo Vouga Lagunar, região que tem das

terras mais férteis do País, fosse diferente.

Pensamos que poderia ser diferente. Tivesse este Governo palavra e fizesse esta maioria essa exigência

perante o Governo.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho Lopes.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, o caso do Baixo

Vouga Lagunar é um caso exemplar, paradigmático, em matéria de obras de engenharia de hidráulica

agrícola. Porquê? Porque é um projeto que se arrasta no tempo (há décadas que este projeto é necessário e

vem sendo colocado em cima da mesa por sucessivos Governos), é um projeto que já teve dotações em

Orçamentos do Estado e foi alvo, calcule-se, na primeira sessão legislativa, de um projeto de resolução,

apresentado pelo Grupo Parlamentar do PSD (e também um projeto de resolução do PCP), no sentido de que

esta obra avançasse e se concluísse.