I SÉRIE — NÚMERO 33
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Pausa.
Quanto às secções de proximidade, Sr.ª Deputada Cecília Honório, peço-lhe, por favor, que atente no n.º 4
do artigo 129.º e veja o que nelas se pode fazer, que é tudo! Mais: os cidadãos do interior tinham um problema
de direito do trabalho e tinham de se deslocar à capital. Agora não, podem fazê-lo na sua secção de
proximidade, não têm de se deslocar. Não é verdade o que os senhores dizem!
O que me importa é discutir a lei do sistema de organização judiciária. Por que é que alguns, que exercem
o poder político e participam em órgãos políticos, têm tanto receio e tanta crítica em relação a uma reforma
que foi tão elogiada pelos profissionais forenses, exceção feita àqueles que, naturalmente, ficam a perder com
a proximidade, com a celeridade e com a definição de objetivos?!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP e do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Pita
Ameixa.
O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — Sr. Presidente, vou ler novamente a notícia do Diário de Notícias:
«Tribunais são poupados em terras do PSD. A ministra da Justiça (…) recuou no encerramento de cinco
tribunais, todos eles localizados em municípios geridos pelo PSD. Ao contrário do que fora anunciado, a
proposta final do Ministério da Justiça para a reforma judiciária mantém em funcionamento os tribunais de
Almodôvar, Nelas, Sátão, Valpaços e Vila Nova de Foz Côa, onde os sociais-democratas são maioritários
(…)».
Mas, Sr.ª Ministra, ontem — e é isto que quero dizer-lhe, a terminar —, recebi na Assembleia da República,
a pedido dos próprios, os autarcas de Carregal do Sal, do PSD (o Presidente da Câmara, os vereadores e
outros representantes do PSD de Carregal do Sal), que me vieram dizer que o tribunal de Nelas de que fala o
Diário de Notícias só se manteve em funcionamento porque o PSD mudou a sua proposta e, ainda, que a
Presidente da Câmara de Nelas só anunciou a sua recandidatura autárquica depois de V. Ex.ª ter cedido em
manter aquele tribunal em funcionamento.
V. Ex.ª, Sr.ª Ministra, é que tem que provar a sua isenção, não somos nós!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Ministra da Justiça: — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para que efeito, Sr.ª Ministra?
A Sr.ª Ministra da Justiça: — Para uma interpelação à Mesa, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Faça favor, Sr.ª Ministra.
A Sr.ª Ministra da Justiça: — Sr. Presidente, é para anunciar que entregarei na Mesa, solicitando-lhe que
diligencie a sua distribuição neste Plenário, um primeiro documento e que farei ainda chegar a restante
documentação, que desmente integralmente o que diz o Sr. Deputado Pita Ameixa.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Será, seguramente, distribuído, Sr.ª Ministra.
O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra.