I SÉRIE — NÚMERO 35
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O Sr. Miguel Santos (PSD): — … com as programadas construções do TGV, que futuras gerações
pagariam, e pagariam, e pagariam, não se sabe como!
Importantes são os concursos abertos para os 429 médicos especialistas que vão integrar o Serviço
Nacional de Saúde!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Trata-se de uma aposta clara numa saúde pública para todos os
portugueses.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Importante é o concurso de ingresso de 700 enfermeiros para o Serviço
Nacional de Saúde!
Importante foi o acordo com os médicos!
Importantes são os mais de um milhão de portugueses a acrescer aos que já estavam isentos das taxas
moderadoras! Isso é importante, Sr.a Deputada!
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Importantes são as reformas estruturais em curso!
Importantes são estas greves infindáveis dos estivadores, que tanto prejuízo trouxeram ao País!
Protestos do PCP.
Importante é o aumento das exportações!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Mas, Sr.a Deputada, na sua boca e na forma de intervenção política que
tem, tudo são «canções de escárnio», tudo são «canções de maldizer».
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado, muito obrigada pelas questões que trouxe a
este debate.
Percebo que o PSD está, de facto, acantonado aos pés da Sr.ª Merkel.
Vozes do PSD: — Oh!…
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Percebo, evidentemente, o seu incómodo e a ironia que é ouvirmos aqui
um PSD indignado com a denúncia destas negociatas de bastidores, com esta política de privatização sem
critério, com esta política de um Governo que entrega os bens e os serviços essenciais do País assim, por
encomenda.
Percebo que o Sr. Deputado tivesse vontade de, enfim, mostrar que a política deste Governo com a sua
irritação. Por isso, quero perguntar-lhe como é que pode utilizar uma mensagem de Natal, em que o Sr.
Primeiro-Ministro se pode dar ao luxo de dizer «os portugueses podem não ter emprego, podem não ter que
comer, mas podem orgulhar-se dos filhos e dos netos que têm», quando esse mesmo Primeiro-Ministro, na
semana passada, utilizou a expressão «guerra do ultramar» e convidou os portugueses a «fazerem uma
guerra»?!…