I SÉRIE — NÚMERO 38
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Tive, nessa altura, ocasião de afirmar que «seremos favoráveis a que o Governo estude a possibilidade da
inclusão desta vacina no Programa Nacional de Vacinação», posição que continuamos a subscrever na
íntegra.
É certo que para os grupos de risco esta vacina é já, hoje, disponibilizada gratuitamente nos hospitais; no
entanto, concordamos com a possibilidade da inclusão desta vacina no Plano Nacional de Vacinação, não por
uma razão qualquer, mas porque esta matéria está a ser acompanhada pela Direcção-Geral de Saúde, a qual
se baseia em pareceres da Comissão Técnica de Vacinação e em trabalhos desenvolvidos a nível nacional e
internacional, designadamente desde a comercialização da vacina heptavalente, de modo a que as propostas
sejam fundamentadas em dados científicos na avaliação da carga da doença e dos ganhos em saúde
decorrentes da vacinação.
Já quanto ao projeto de resolução n.º 561/XII (2.ª), do Bloco de Esquerda, através do qual se pretende que
o Governo proceda ao estudo do custo/benefício da inclusão da vacina contra o rotavírus no Programa
Nacional de Vacinação, importa dizer que já existem estudos efetuados noutros países, os quais Portugal
naturalmente aproveita, mas que não evidenciaram, até agora, a valia da introdução daquela vacina no Plano
Nacional de Vacinação.
Na realidade, a vacina contra o rotavírus não demonstrou até agora uma relação inequivocamente
favorável entre benefícios e custos, ao que acresce o facto de não se poder ignorar que, felizmente, a referida
doença não tem em Portugal um significativo impacto na morbilidade grave e na mortalidade. Aliás, não pode
ser ignorado que a própria Sociedade Portuguesa de Pediatria não recomenda a inclusão da vacina contra o
rotavírus no Plano Nacional de Vacinação mas, sim, a sua comparticipação, solução cuja viabilidade depende,
naturalmente, dos estudos de custos de efetividade que, sobre a mesma, sejam realizados.
Em suma, o PSD continua a defender a possibilidade de inclusão da vacina pneumocócica no Plano
Nacional de Vacinação, discorda da sua inclusão tout court no mesmo programa sem um suporte técnico dos
estudos necessários e não pode subscrever a proposta de inclusão da vacina contra o rotavírus no Plano
Nacional de Vacinação, antes nos parecendo que deve ser considerada a vantagem da sua eventual
comparticipação.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Neste debate, não podemos deixar de manifestar curiosidade em
saber qual vai ser o sentido de voto do Partido Socialista sobre a inclusão da vacina pneumocócica no Plano
Nacional de Vacinação.
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — E qual é o vosso?!
O Sr. Nuno Reis (PSD): — Se, há três anos, o PS foi o único partido aqui representado a votar contra o
projeto, então apresentado pelo CDS, estamos na expetativa sobre se, entretanto, houve alguma evolução de
pensamento e, já agora, porquê.
Da nossa parte, manteremos a coerência, sem fazer concessões a ideias fáceis ou enganosamente
sedutoras, e estamos muito à-vontade, pois, como toda a gente sabe, como muitos se recordarão, foi durante
Governos PSD que se deu a introdução da vacina contra a meningite no Plano Nacional de Vacinação, esforço
plenamente justificado pelas vantagens que daí, indiscutivelmente, resultam para a promoção e defesa da
saúde pública.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel
Pizarro.
O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome do Partido Socialista, quero,
nesta matéria, reafirmar aqueles que foram sempre os nossos princípios: a valorização da saúde pública; a
valorização de um sistema de saúde com acesso generalizado a todos os portugueses em condições de
igualdade; e a valorização, nesta matéria muito séria do Plano Nacional de Vacinação, das orientações
técnicas. Aliás, esta é a questão essencial e foi por isso que perguntei à Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, do