I SÉRIE — NÚMERO 39
40
cumpriu, a qual recomendava ao Governo parar o processo das agregações, repensar o processo e consultar
quem devia consultar.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não era só isso!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Este Governo, quando tomou posse, fez exatamente isso, e fez, aliás,
uma coisa extraordinária que o Partido Socialista ainda não tinha feito: começou o processo depois de publicar
o normativo regulamentar que a esse processo dá origem.
É extraordinário que o Partido Socialista hoje venha pedir à Assembleia da República que recomende ao
Governo que tome em consideração determinados critérios quando ele próprio, quando estava no Governo,
constituiu mega-agrupamentos num ano, em agosto para, depois, em setembro vir dizer como é que
regulamentava esse mesmo processo, a posteriori.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, enfim, já sabemos que da parte do PCP há esta repetição. E não vou
referir-me ao projeto de lei do Bloco de Esquerda para não colocar o Sr. Deputado Luís Fazenda na delicada
circunstância de ter de responder a uma bancada de criminosos e ladrões.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — O senhor o diz!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Em relação ao projeto de resolução do Partido Socialista, quero dizer
uma coisa evidente: o Sr. Deputado Rui Pedro Duarte, quando apresentou os critérios que devíamos
recomendar ao Governo, provavelmente, foi ler a regulamentação deste Governo. É que os critérios que estão
definidos na lei em vigor quanto à criação de mega-agrupamentos são estes: favorecer um percurso
sequencial e articulado dos alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória;…
O Sr. Rui Pedro Duarte (PS): — Então, ainda é pior!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — … superar situações de isolamento de estabelecimentos; prevenir a
exclusão social; reforçar a capacidade pedagógica dos estabelecimentos, etc.
O que esperaríamos, Sr. Deputado — do Partido Comunista sabemos que isso não é expetável, mas do
Partido Socialista é —, era que percebessem que unanimidade absoluta, total e inequívoca só existe quando
não se ouve ninguém, porque quando se ouve as pessoas é natural que haja quem concorde e quem
discorde. No entanto, quando vem o momento de decidir, cabe decidir de uma forma informada.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Então, porque é que não disseram logo?
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Ainda não há muito tempo, nesta Assembleia, discutimos agregações
no concelho de Paredes, em que umas escolas estavam a favor, outras estavam contra e os vários níveis,
municipais e de freguesia, de decisão autárquica tinham pareceres contraditórios. Pois, com certeza, se
estivermos à espera do unanimismo à maneira do Partido Comunista, nunca conseguiremos fazer nada, Sr.
Deputado! Aquilo a que este Governo se propôs foi ouvir — e parou vários meses para o fazer — e, depois,
retomar o processo para o fazer de forma informada, o que, cremos, foi atingido de forma eficaz.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, ouvi atentamente as intervenções dos Srs. Deputados dos
vários partidos e gostava de dizer o seguinte.
Sr.ª Deputada Emília Santos, a escola pública não é património de ninguém?! A escola pública é património
do povo português, que a construiu com o seu próprio esforço. Não é património do PSD, para agora a
desbaratar, mandar fechar, despedir e extinguir!