12 DE JANEIRO DE 2013
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Declarações de voto enviadas à Mesa, para publicação
Relativa aos projetos de resolução n.os
528/XII (2.ª), 561/XII (2.ª) e 562/XII (2.ª):
O Partido Socialista, na sua ação política, atribuiu sempre especial valor ao Plano Nacional de Vacinação
(PNV) como instrumento essencial de salvaguarda da saúde pública e de promoção de equidade e igualdade
no acesso à saúde. O PS reconhece e aplaude os ganhos em saúde que o desenvolvimento do PNV permitiu
aos portugueses nas últimas décadas, contribuindo de modo decisivo para a erradicação de várias doenças e
para a radical diminuição do impacto negativo de algumas outras.
O PS defendeu sempre que as decisões em matéria de inclusão de novas vacinas do PNV são, no
essencial, de natureza técnica e têm que ser precedidas por uma avaliação científica rigorosa e independente.
Esta é também uma forma de elogiar e apreciar o trabalho daqueles que, ao longo dos anos e para além da
natureza conjuntural dos governos, asseguraram a evolução e a implementação do PNV. O PS confia nas
estruturas de governação do PNV, com tantas provas dadas.
O funcionamento da Comissão Técnica de Vacinação (CTV) junto da Direção-Geral de Saúde é, a esse
respeito, paradigmático. Ao longo dos anos esta Comissão procedeu com regularidade à análise do
desenvolvimento do PNV e à proposta da inclusão de novas vacinas.
Foi no respeito por estes princípios que o Governo socialista decidiu, em 2008, não incluir no PNV a vacina
antipneumocócica de sete valências, julgada inadequada para o perfil serológico da doença no nosso País. Foi
também este o enquadramento da decisão assumida em 2010 de proceder à vacinação antipneumocócica nos
hospitais públicos das crianças incluídas nos grupos definidos como de risco para o desenvolvimento de
doença pneumocócica invasiva. Aqui já com a vacina de 13 serótipos.
A atualização do PNV é trazida ao debate parlamentar por três projetos de resolução, abordando as
vacinas antipneumocócica e antirotavírus.
Em matéria de vacina antipneumocócica, o projeto de resolução n.º 528/XII (2.ª), do CDS-PP, partido da
maioria que sustenta o Governo, propõe o estudo da introdução da vacina no PNV. Se a CTV se mantém em
funcionamento junto da Direcção-Geral da Saúde, como aconteceu sempre até 2011, trata-se de uma
proposta redundante. No entanto, o PS reconhece a importância da doença e o seu impacto negativo nas
crianças afetadas e entende que a evidência científica entretanto acumulada em relação à vacina de 13
serótipos, merecem uma reflexão atualizada. Mais ainda, o partido proponente, interpelado no debate
parlamentar, não pôde garantir que a CTV está em funcionamento, o que justifica o nosso voto favorável.
Ainda em relação à mesma vacina o projeto de resolução n.º 562/XII (2.ª), do BE, propõe a sua introdução
no PNV sem mais avaliação. Pelas razões anteriormente aduzidas, não podemos votar favoravelmente essa
proposta: entendemos que a introdução de novas vacinas no PNV deve ser precedida de recomendação
técnica independente, que legitime a decisão política.
Com fundamento nos mesmo argumentos votamos favoravelmente o projeto de resolução n.º 561/XII (2.ª),
do BE, que recomenda o estudo da adoção da vacina anti rotavírus.
A Deputada do PS, Luísa Salgueiro.
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Relativas aos textos finais, apresentados pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades
e Garantias, sobre as propostas de lei n.os
75, 76 e 77/XII (1.ª):
Tendo acompanhado algumas das alterações agora introduzidas, a verdade é que na sua maioria se trata
de alterações que não podem deixar de motivar a firme oposição do PCP. Trata-se, em alguns casos, de
alterações que, apesar de incidirem num reduzido número de normas, assumem um caráter verdadeiramente
estrutural de sentido profundamente negativo.