18 DE JANEIRO DE 2013
35
O Sr. Honório Novo (PCP): — … e que, no final de 2011, ascendem a 3400 milhões de euros — 3400
milhões de euros, Srs. Deputados! E depois dizem que não há dinheiro para gastar 30 € com o aumento do
salário mínimo nacional!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Lopes
Soares, do PSD.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A nossa primeira palavra vai
para todos os Deputados que fizeram parte desta Comissão de Inquérito e, de entre eles, quero cumprimentar
o Sr. Presidente da Comissão pela forma, absolutamente excelente e contributiva para o bom debate que se
fez nesta Comissão, como dirigiu os trabalhos. Ao Sr. Deputado Vitalino Canas, o nosso reconhecimento.
Esta foi uma Comissão de Inquérito produtiva, mas foi sobretudo uma Comissão de Inquérito conclusiva,
como, se calhar, existiram poucas nesta Casa, como comissões de inquérito parlamentar. Esta característica
conclusiva da Comissão de Inquérito está bem patente na forma como os vários grupos parlamentares
votaram o relatório final, no qual houve, evidentemente, um grande trabalho de busca de consenso por parte
do Deputado relator, o Deputado Duarte Pacheco — o sentido de voto do Partido Socialista e do Partido
Comunista atesta bem como esta Comissão de Inquérito funcionou.
Importa dizer que esta Comissão de Inquérito tinha como objeto o período que vai desde a decisão da
nacionalização, novembro de 2008, até à decisão de reprivatização.
Relativamente ao período do BPN nacionalizado, é preciso dizer que três expressões caracterizam bem o
que foi a atuação do Governo Sócrates: paralisia, total falta de estratégia e, sobretudo, perda de valor. Todos
os dias o BPN custava milhões ao erário público, custava milhões aos portugueses, porque o Governo
Sócrates não sabia o que fazer com o BPN!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — A verdade é que foi assumido, nesta Comissão de Inquérito, pelo
Prof. Teixeira dos Santos que havia duas alternativas: ou liquidar ou voltar a tentar a venda. E foi o Governo
Sócrates, foi o vosso ex-Ministro das Finanças que impôs que constasse do Memorando de Entendimento com
a troica a necessidade de procurarmos vender, no prazo de dois meses, o BPN.
A alternativa, Sr.as
e Srs. Deputados, como sabem, era a liquidação. A liquidação que custava mais dinheiro
e que empurrava para o desemprego todos os funcionários do BPN. Ou seja, mais dinheiro e mais custos
sociais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
E este Governo tinha dois meses para encontrar um comprador. Poderão dizer que o preço não foi
suficiente;…
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Até vendiam por 10 €!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — … poderão dizer que podíamos ter vendido o BPN por mais dinheiro.
É verdade. Mas também é verdade que ficou apurado nesta Comissão de Inquérito que aquele era um prazo
imperativo. E a alternativa à liquidação era realizar dinheiro, era vender — e foi essa a intervenção do
Primeiro-Ministro para garantir o interesse nacional. Em dois meses, Sr.as
e Srs. Deputados, este Governo
livrou-se de um nado-morto que, todos os dias, custava milhões aos portugueses, por força da falta de
estratégia do Governo Sócrates.
Vozes do PSD: — Muito bem!