O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 DE JANEIRO DE 2013

33

Fomos os únicos a votar contra este relatório, e não podia ser outro o sentido do nosso voto.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Votaram contra só para poderem dizer isso!

O Sr. João Semedo (BE): — Votámos contra, não pelo que o relatório diz, mas pelo que não diz; não

porque não tivesse havido um esforço de consenso, que houve e que elogiámos na altura própria, mas

precisamente porque aquilo que não está no relatório é, para nós, o mais importante: a venda do BPN ao BIC

foi uma venda de favor e a preço de amigo, determinada por motivações políticas e não pelo interesse público.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Muito bem!

O Sr. João Semedo (BE): — No fim, Sr.as

e Srs. Deputados, tal como no princípio, o caso do BPN foi

sempre a velha e perigosa promiscuidade entre certos círculos políticos e os grupos financeiros do costume, a

habitual utilização de meios do Estado para promover sombrios negócios privados, tudo beneficiando da

conhecida e reconhecida impunidade que protege os mais poderosos no nosso País.

Queremos, Sr.as

e Srs. Deputados, toda a clareza e toda a transparência e toda a diferença relativamente a

este caso.

Há uma linha, Sr.as

e Srs. Deputados, que separa o BE do PSD,…

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Ainda bem!

O Sr. João Semedo (BE): — … e essa linha, Srs. Deputados, passa pelo Copacabana Palace.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo,

do PCP.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ao contrário do que sucedeu na primeira

comissão de inquérito, realizada em 2008-2009, esta segunda Comissão de Inquérito permitiu um amplo

debate dos factos, estabeleceu um vasto conjunto de conclusões consensuais, soube recolher propostas muito

diversas, teve acesso quase sem restrições às informações e à documentação necessárias aos seus

trabalhos, sem a invocação capciosa e, por vezes, ilegítima, de segredo profissional e bancário.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

Vozes do PSD: — É verdade!

O Sr. Honório Novo (PCP): — O PCP, na sua declaração de voto de abstenção face às conclusões,

enunciou duas razões para a sua posição.

Primeira razão: a Comissão de Inquérito não quis estabelecer conclusões sobre as razões políticas, ou

outras, que levaram o Primeiro-Ministro de Portugal a intervir nas negociações de venda do BPN ao BIC,

indiciando claramente, quanto a nós, um tratamento de favor à proposta do banco do Eng.º Mira Amaral.

Segunda razão: ao contrário do que estabelecem as conclusões, o valor da venda do BPN por 40 milhões

de euros não foi apenas o preço possível, foi antes um preço de amigo ou um preço de favor que nem sequer

levou em conta o valor das avaliações realizadas na altura da privatização.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Mas o relatório e as conclusões desta segunda Comissão de Inquérito

estabelecem, sem sofismas, algumas conclusões ou ideias que importa sublinhar.