I SÉRIE — NÚMERO 44
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A segunda razão é porque nos juntamos à Irlanda e nos afastamos do cenário da Grécia.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — A terceira razão, mas não menos importante, é que este regresso do Estado
português aos mercados financeiros deve ser visto como um sinal de inversão da situação em que o País
mergulhou com o pedido de ajuda externa feito pelo anterior Governo do Partido Socialista.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sem entrar em euforias ou populismos, que seria fácil de cavalgar, estes sinais objetivos de que estamos
no caminho certo para retirar o País da crise, devem ser valorizados, difundidos, mas também comparados.
Da mesma forma que, no passado, os défices excessivos de quase 10% e a nossa perda de acesso aos
mercados financeiros foram sinais evidentes de que o rumo era desastroso e que iriamos ter grandes
dificuldades pela frente para o inverter, hoje, o facto de termos reduzido o nosso défice para próximo dos 5% e
o regresso aos mercados financeiros devem ser vistos por todos como um sinal de inversão e de esperança.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Para chegarmos a esta situação, teve de haver a conjugação de uma série
de fatores, externos e internos: por um lado, a atuação do Banco Central Europeu, sob a tutela de Mário
Draghi; por outro, a mudança de postura da zona euro; mas também o empenhamento de todo o País, do
Governo, do Sr. Ministro das Finanças, desta maioria que apoia o Governo no Parlamento, mas, acima de
tudo, de todos os portugueses que, com todas as dificuldades por que têm passado, têm conseguido ajudar a
levar o País para a frente.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
É, por isso, com enorme surpresa que vemos o maior partido da oposição, o Partido Socialista, dizer que o
nosso regresso aos mercados se deve apenas ao papel do BCE e às mudanças de política na zona euro.
Percebo que, no mero plano da politiquice, o PS se veja tentado a querer desvalorizar o papel do Governo,
tentando baralhar os portugueses com mensagens confusas, próprias de quem está perdido no labirinto das
suas incoerências.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas o que o PS devia perceber é que desvalorizar todo o esforço interno feito nos últimos 19 meses, em
Portugal, é, acima de tudo, uma falta de respeito para com os milhões de portugueses, que estão a passar por
enormes sacrifícios, por grandes privações, para retirar o país do buraco em que o próprio PS nos deixou em
junho de 2011.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Ao contrário do que disse ontem o líder do Partido Socialista, que disse ter tido razão no tempo certo, nós
queremos dizer-lhe exatamente o contrário: o PS estava errado no tempo errado!
O pedido do Governo de obter melhores condições de pagamento do empréstimo ao FMI, ao BCE e à
União Europeia foi a decisão certa, no momento certo e com a companhia certa, como disse hoje, e bem, o Sr.
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o Dr. Paulo Portas.
O Governo tem sido um gestor sábio deste Memorando. E que não fique aqui qualquer margem para
dúvidas: o País só conseguiu rever as metas do défice do Memorando e pedir, agora, uma melhoria das
condições de pagamento do nosso empréstimo à troica, conjuntamente com a Irlanda, pelo capital de
credibilidade que este Governo tem obtido…