1 DE FEVEREIRO DE 2013
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Por outro lado, é uma lei cheia de armadilhas, se me permite a expressão, porque parece que vai
solucionar os problemas, mas vem limitar gravemente a resolução dos mesmos.
É exatamente esse o caso da situação das pessoas que estão em carência económica ou em situação de
desemprego. Parece que a lei os protege, parece que a lei diz que a segurança social irá pagar a renda
durante o período em que as pessoas não podem, mas o período é tão curto, tão curto, que aquilo que se
percebe é que quem, por exemplo, ficar desempregado vai ficar sujeito ao despejo num curto espaço de
tempo.
Por último, a questão que também colocou e que é muito importante tem a ver com aquela ideia que foi
transmitida — aliás, já parecia quase um mito — de que havia uma grande igualdade entre o senhorio e o
inquilino e que iria ser um processo negocial que decorreria dentro da normalidade em que o senhorio dizia
uma coisa, o inquilino contrapunha… Não, isso não corresponde à realidade — aliás, basta ver o número
elevadíssimo de milhares de pedidos de esclarecimento e de apoio junto da Associação dos Inquilinos
Lisbonenses e de outras associações de moradores, porque os inquilinos se sentem completamente
desprotegidos e porque estão às cegas perante o emaranhado desta lei.
Por outro lado, as pessoas estão sozinhas, estão desprotegidas e, quando chega a carta do escritório de
advogados ou da imobiliária, que é mais forte nesta questão, ficam com medo, ficam em pânico e muitas delas
e em muitos casos, já aceitaram o valor proposto unilateralmente pela força maior que, neste caso concreto, é
simbolizada pelos arrendatários. E isto é injustiça social!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Artur Rêgo, do CDS-PP.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Helena Pinto, melhor teria feito o Bloco de
Esquerda se discutisse este tema com seriedade e procurasse esclarecer as pessoas sobre uma lei que é
extremamente simples.
Acredito — não tenho razão para duvidar — que haja pessoas que vivem sozinhas e que, devido à
avançada idade ou devido a uma escolaridade mais baixa, possam ter problemas em conhecer esta lei como
qualquer outra deste País e que essas pessoas, quando confrontadas com uma carta, sim, possam ter receio.
Mas melhor faria o Bloco de Esquerda em levantar as questões de forma séria…
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … e explicar às pessoas que quem tiver rendimentos até 500 € não está
obrigado a pagar uma renda superior a 50 €. Porquê? Porque a lei diz que não se pode aumentar a renda para
além de 10% do rendimento das pessoas.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — O aumento de renda não pode ser superior a 15% do RAC (rendimento
anual corrigido), em valor médio.
Sr.ª Deputada, gostaria que esclarecesse as pessoas, em vez de…
Protestos do BE.
Bom, eu primeiro pensei que a Sr.ª Deputada vinha aqui fazer uma intervenção com base numa notícia de
jornal que não correspondia à verdade, mas, entretanto, estive a ler e tenho de pedir desculpa à senhora
jornalista que fez a notícia no Público, porque, de facto, quem enganou o jornal foi o Bloco de Esquerda, que
deu a notícia ao Público de que não havia linha telefónica.
Há linha telefónica, Sr.ª Deputada! Olhe, tem caneta e papel? Vou dar-lhe o número: é o 217 231 500! 217
231 500!