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I SÉRIE — NÚMERO 48

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A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Será por isso que têm medo de ir para a rua?

Sr. Deputado, tenho aqui muitas cartas e vou facultar-lhas. Por exemplo, esta onde se diz: a sua renda

passou de 187 € euros para 500 €.

O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — E qual é o rendimento dessa pessoa?!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Deputado, veja lá qual é o seu limite e o seu critério para quem é rico em

Portugal!

Aplausos do BE.

Protestos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Farmhouse.

O Sr. Pedro Farmhouse (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, começo por agradecer à Sr.ª Deputada

Helena Pinto a disponibilidade para, de imediato, produzir a sua declaração política e gostaria também de

agradecer o facto de ter trazido a esta Assembleia novamente a problemática do regime de arrendamento

urbano.

Obviamente, tal como o Partido Socialista disse, esta lei iria provocar para além de uma grande confusão,

situações de profunda instabilidade no que é um direito fundamental das pessoas, que é o direito à habitação.

Mas interessava-me, hoje, aqui manifestar à Sr.ª Deputada a preocupação, que deverá a todos nós

incomodar, pelo facto de ter sido feita uma lei que, além de não ter cumprido um compromisso eleitoral e um

compromisso do Programa do Governo, reduziu o período de transição de 15 para 5 anos. Sr.ª Deputada, não

é um pouco estranho haver uma lei que diz que daqui a 5 anos as situações por motivo de idade, por

deficiência ou por baixos rendimentos terão uma resposta social que não se sabe qual é? Será a segurança

social que vai encontrar a resposta? Serão os municípios? Quem é que vai ter de dar resposta daqui a 5 anos

às situações que ficaram por esclarecer nesta lei?

Esta lei é uma verdadeira trapalhada! Veja-se só a entrada em vigor das diferentes peças que são

fundamentais para a sua aplicação e veremos com o tempo quais serão os reais resultados daquilo que — e

ouvi dizê-lo há pouco e fiquei incrédulo — ainda vão estudar, por forma a encontrar respostas sociais para

daqui a 5 anos.

Sr.ª Deputada, a questão que gostaria de colocar é a seguinte: não se sente incomodada pelo facto de uma

lei prever que só daqui a 5 anos é que haverá uma resposta social correta?

E será a segurança social que dará essa resposta ou será empurrada com a «barriga» para os municípios

deste País?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Farmhouse, agradeço a sua intervenção

e as questões colocadas.

Na verdade, sinto-me incomodada, Sr. Deputado, sinto-me profundamente incomodada, mas também me

revoltada, porque penso que esta lei é extremamente injusta, é uma lei que veio desassossegar centenas de

idosos e de idosas nas nossas cidades e era completamente evitável esta situação.

É uma lei que veio trazer pânico social, é uma lei que veio trazer sofrimento às pessoas e é uma lei perante

a qual o ministério, a ministra e as bancadas da maioria continuam a demonstrar uma enorme insensibilidade

social. Por exemplo, e isto tem a ver com a linha de apoio, hoje aqui, de uma forma pouco séria e demagógica,

vêm dar-nos o numero de telefone geral do IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana), que até

apresenta gravações. Isto nem dá para aceitar!