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I SÉRIE — NÚMERO 48

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Sr.as

e Srs. Deputados, este Governo tem todas as condições para conseguir o reforço da posição de

Portugal nesta negociação: tem o apoio das propostas da Comissão e, certamente, do Presidente Durão

Barroso; tem o apoio das propostas do Parlamento Europeu e, naturalmente, o privilégio de ter do seu lado o

Relator Capoulas Santos. Portanto, falta apenas saber qual a prioridade dada pelo Governo a esta questão e

qual a capacidade do Governo em convencer os seus parceiros no Conselho Europeu, particularmente a

Alemanha.

O mandato que sai da reunião do Parlamento Europeu é extraordinariamente importante porque é um

avanço na redistribuição das ajudas e na simplificação de processos.

O modelo de ajudas diretas existente penaliza as pequenas agriculturas e os pequenos agricultores.

Portugal é fortemente penalizado na repartição de fundos que agora existe, recebendo 188 €/ha quando a

média europeia é de 265 euros/ha e a Alemanha recebe 320 euros/ha, o que naturalmente se reflete no

rendimento dos agricultores. Isto é, as ajudas públicas no rendimento dos agricultores europeus significam

32%, no rendimento dos agricultores portugueses significa apenas 29% e no dos agricultores alemães 43%.

Ora, a proposta de acelerar a convergência na repartição das ajudas entre os Estados-membros que mais

recebem e os que menos recebem é essencial, particularmente para Portugal, e também como fator de

correção da distorção de concorrência no mercado que a diferença das ajudas introduz, penalizando a

agricultura competitiva em Portugal.

Nesta negociação não está apenas em causa a distribuição entre Estados-membros, está também em

causa a redistribuição interna das ajudas. É muito importante o elemento travão introduzido pelo Parlamento

Europeu de que nenhum agricultor perderá, até 2019, mais de 30% das ajudas unitárias que hoje recebe.

Com as propostas em discussão é para nós muito importante que a vinha e o olival ganhem. Sabemos o

impacto positivo das políticas de apoio à reestruturação da vinha, com a criação, em 2000, de um programa

específico, o VITIS (Regime de Apoio à Reconversão e Reestruturação das Vinhas no Continente), mais uma

vez por um governo do Partido Socialista,…

Aplausos do PS.

…e reformulado com a reforma da vinha de 2007, já agora negociado por um governo do Partido Socialista

durante a Presidência Portuguesa da União Europeia.

Desde 2000, foram reestruturados 46 000 ha de vinha em Portugal, isto é, 20% da área de vinha, com

investimentos da ordem dos 420 milhões de euros, tendo passado o valor da exportação de 550 para 700

milhões de euros entre 2000 a 2012.

No caso do olival, entre 2000 e 2006, Portugal beneficiou de um Programa Olivícola Nacional para a

plantação de 30 000 ha, cujos olivais estão agora a entrar em plena produção.

Mas há ameaças que pairam sobre a nossa agricultura e matérias em que é preciso grande determinação

na defesa da posição portuguesa. A nossa maior preocupação é com o leite. Com o fim das quotas leiteiras e

com a redistribuição das ajudas internas entre agricultores, o setor do leite nacional está sob forte ameaça.

Portugal tem de negociar um pacote específico para o leite, como fez em 2000 para o azeite e para o vinho

e como foi feito em 2008, no âmbito da revisão intercalar da PAC, de que resultaram mais 50 milhões de euros

de ajudas para este setor.

Aplausos do PS.

Temos uma negociação difícil, nada está adquirido, nem a posição de partida nos deve sossegar. Este é o

maior desafio deste Governo em matéria agrícola, que, naturalmente, desejamos que corra bem porque, se

correr bem, será a favor dos agricultores portugueses e a favor de Portugal.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, tem quatro pedidos de esclarecimento. Inscreveram-se os Srs.

Deputados Abel Baptista, Luís Fazenda, Pedro do Ó Ramos e João Ramos e o Sr. Deputado Miguel Freitas

responderá um a um aos pedidos de esclarecimento.