1 DE FEVEREIRO DE 2013
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Tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Miguel Freitas, começo por enviar-lhe o
meu cumprimento especial e dizer que, mais uma vez, falamos de agricultura, nomeadamente de política
agrícola comum, da próxima PAC para 2014/2020.
Sr. Deputado, saúdo V. Ex.ª e o Grupo Parlamentar do Partido Socialista pelo trabalho que o Sr.
Eurodeputado Capoulas Santos, também do Partido Socialista, fez no relatório que apresenta sobre a próxima
PAC.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — É justo dizer que um português fez um bom relatório, é justo dizer que
esse português fez esse relatório coordenado com o Governo de Portugal, com o qual teve vários contatos no
sentido de que esse pudesse ser um objetivo nacional. Portanto, saúdo-o por isso, bem como o Partido
Socialista.
Ainda bem que recorda este facto, Sr. Deputado. É bom, também, que o Partido Socialista, quando tem
bons exemplos, puxe por eles; às vezes também se esquece de não puxar pelos bons exemplos e tem casos
desses.
Mas, Sr. Deputado, deixe-me também lembrar-lhe que estamos numa fase nova no âmbito da política
agrícola comum e no âmbito da política europeia.
A PAC 2014/2020 é, pela primeira vez, um processo de codecisão entre o Parlamento Europeu, a
Comissão Europeia e o Conselho. É a primeira vez que isto acontece, porque, normalmente, o Parlamento
Europeu até nem se pronunciava e neste relatório, elaborado por Capoulas Santos, onde ele próprio acolhe
cerca de 3000 novas emendas e arranja cerca de 75 compromissos, é bom que isto tenha sido feito e é bom
que assim seja. Porém, é apenas o relatório do Parlamento Europeu e necessário se torna agora fazer o
trabalho não só na Comissão mas também no Conselho.
A propósito do Conselho, há uma questão que gostava que o Sr. Deputado registasse e que, sobre ela,
também fizesse trabalho político junto do Partido Socialista e junto dos socialistas europeus, nomeadamente
da França. É que não chega falar da Alemanha.
É verdade o que se diz em relação à Alemanha, que é o primeiro contribuinte da política agrícola comum e
é o primeiro beneficiário da política agrícola comum, mas a França é o segundo, ou o terceiro, se incluirmos
aqui a Inglaterra, Portanto, Sr. Deputado, espero também do Partido Socialista esse bom trabalho.
Deixe-me só dizer-lhe que, da parte do Governo, naquilo que é público e que se sabe, e sabe o mesmo que
nós sabemos, o trabalho tem estado a ser feito de forma ponderada e calma.
Já agora, gostava de saber se concorda com o Governo português e com o trabalho que está a ser feito
(durante o governo socialista isso não foi feito), no sentido de que as quotas leiteiras se mantenham, pelo
menos, por mais algum tempo — exatamente o principal problema da PAC —, e haja um novo processo
negocial no que diz respeito à eventual alteração futura das referidas quotas leiteiras, mas que não terminem,
tal como está previsto, na data que se apresenta, ou seja, em 2018/2020.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Freitas.
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Abel Baptista, de facto, esta negociação vai
ser difícil — temos consciência disso — e, naturalmente, o que é necessário é encontrar a mesma
predisposição que foi encontrada pelo Eurodeputado Capoulas Santos, numa negociação difícil no Parlamento
Europeu, em que foi necessário convencer 700 Deputados da bondade de se manter uma política agrícola
comum forte mas também mais justa na redistribuição das ajudas. Agora, naturalmente, temos a certeza que
acontecerá a mesma determinação, por parte da Ministra da Agricultura, no Conselho Europeu, para
convencer os seus 26 parceiros sobre essa questão.