8 DE FEVEREIRO DE 2013
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E o PSD, obrigado a suportar docilmente esta nomeação, lá vai sussurrando que no escândalo do «banco
laranja» houve pecados muito maiores. É caso para dizer, Sr.as
e Srs. Deputados do PSD, que sabem do que
falam, tratando-se do «banco laranja».
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exatamente!
O Sr. João Semedo (BE): — Sr.as
e Srs. Deputados: Este mito, esta lenda de Franquelim Alves, lutando
contra tudo e contra todos, doa a quem doer, sempre à procura da verdade e da transparência, em busca dos
culpados e das fraudes que cometeram, esbarra estrondosamente com a realidade do que foi a atuação do
mesmo Franquelim Alves na administração do Grupo BPN/SLN.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
O Sr. João Semedo (BE): — Vamos, Sr.as
e Srs. Deputados, ao que consta do património da primeira
comissão de inquérito ao BPN sobre o papel de Franquelim Alves.
Franquelim Alves participou em três reuniões com a administração do Banco de Portugal e, pelo menos
numa dessas três reuniões, com a companhia e a presença de Oliveira Costa. Nessas reuniões nem uma só
palavra saiu da sua boca nem da dos restantes administradores do Grupo sobre o que se passava no
BPN/SLN, o que, aliás, não é de estranhar, porque essas reuniões da administração do BPN/SLN com o
Banco de Portugal serviam exatamente para ir enganando o Banco de Portugal.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Muito bem!
O Sr. João Semedo (BE): — Franquelim Alves confirmou ter assinado, em 2008, contas de 2007, sabendo
que elas estavam «marteladas» e que, inclusive, não refletiam o que já então se conhecia dos movimentos do
Banco Insular.
Tudo, Sr.as
e Srs. Deputados, em nome da prudência e da prevenção de uma crise profunda no Grupo
BPN/SLN, crise que, aliás, haveria de rebentar uns meses mais tarde, como todos sabemos, porque houve
quem, precisamente ao contrário de Franquelim Alves, tivesse escolhido o caminho da verdade e não o da
ocultação.
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. João Semedo (BE): — Falemos agora das cartas ontem usadas pelo Ministro Álvaro Santos Pereira,
numa tentativa desesperada e grotesca de reescrever a história do BPN/SLN e do papel desempenhado na
sua administração por Franquelim Alves, de manipular a comissão parlamentar onde estava a ser ouvido e de
enganar o Parlamento e a opinião pública portuguesa.
Em janeiro de 2008, o Banco de Portugal pede esclarecimentos sobre o Banco Insular. Não obteve
qualquer resposta, como, aliás, Sr.as
e Srs. Deputados, sucedeu anos a fio.
Em maio de 2008, o Banco de Portugal alerta o Conselho de Administração da SLN, do qual fazia parte
Franquelim Alves, para as responsabilidades individuais da omissão de respostas ou de prestação de
declarações falsas.
Apesar disso, o Conselho de Administração do Grupo, ainda em maio e depois em junho, insiste na velha
tática das respostas redondas que nada respondem nem esclarecem. As cartas, aliás, revelam exatamente o
contrário do que pretendia o Ministro Álvaro Santos Pereira quando as usou numa tentativa de certificar o bom
comportamento de Franquelim Alves. As cartas nada denunciam, não denunciam seja o que for! O que as
cartas fazem é, mais uma vez, esconder e ocultar para o que servia o Banco Insular.
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. João Semedo (BE): — Aliás, Sr.as
e Srs. Deputados, é significativo desta estratégia de ocultação que
os administradores do Grupo, entre os quais o próprio Franquelim Alves, digam ao Banco de Portugal, na carta