8 DE FEVEREIRO DE 2013
51
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Uma segunda área é a adequação da oferta — e aqui o verbo é
reestruturar. Como VV. Ex.as
sabem, o Governo começou por reestruturar o sector, sendo as duas fusões dos
transportes urbanos em Lisboa e no Porto um exemplo de redução de custos, de otimização de oferta e de
anulação de redundâncias. Portanto, é mais um passo no bom caminho.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Redundâncias? Acabar o barco às 2 horas e 30 minutos é uma redundância?!
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Por último, Srs. Deputados, a intermodalidade.
O Governo apostou em desenvolver o título intermodal que já existia no Porto, oAndante, e por criar, em
Lisboa, o Navegante. E é assim, Srs. Deputados, que se segue o caminho certo no sentido da sustentabilidade
do sector, o qual o Governo encontrou em rotura financeira.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado João Paulo
Veigas.
O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Para os autores dos
projetos de lei em debate é irrelevante, mas convém lembrar que, em abril de 2011, Portugal teve que pedir
ajuda externa,…
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — … perante a iminência de uma rutura de pagamentos de salários e
de pensões. A ajuda externa disponibilizada pela troica contemplou um empréstimo a Portugal no valor de 78
000 milhões de euros e também um programa de ajustamento económico e financeiro com medidas e metas
bem específicas, nomeadamente no sector dos transportes.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O empréstimo foi para a banca, não foi para os salários!
O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — Com efeito, o programa negociado pelo Partido Socialista previa a
apresentação de um plano estratégico de transportes com objetivos muito concretos, tais como: racionalizar as
redes e melhorar as condições de mobilidade e de logística em Portugal, de forma eficiente e adequada às
necessidades, promovendo a coesão social; melhorar a eficiência energética e reduzir o impacte ambiental;
reduzir os custos dos transportes e garantir a sustentabilidade financeira das empresas, tornando o sector
financeiramente equilibrado e comportável para os contribuintes portugueses.
O Plano Estratégico dos Transportes colocou em evidência a grave situação a que chegou o sector dos
transportes.
Olhando para o endividamento das empresas públicas de transportes, é possível perceber a dimensão do
problema. Damos como exemplo o endividamento, em 2011, de três dessas empresas: Metropolitano de
Lisboa — 4000 milhões de euros; CP — 3500 milhões de euros; Metro do Porto — 2600 milhões de euros.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E agora como é que está?!
O Sr. João Paulo Viegas (CDS-PP): — Foi, portanto, assumido pelo Governo o objetivo de atingir o
equilíbrio operacional das empresas públicas de transportes atuando em duas vertentes globais:
racionalização de custos e promoção da eficiência; ajuste tarifário para níveis equiparáveis à média dos
parceiros europeus, ajustada à paridade de poder de compra português, corrigindo as sucessivas
desatualizações verificadas em anos anteriores.