16 DE FEVEREIRO DE 2013
13
O Sr. Primeiro-Ministro: — Quer isto dizer, Sr. Deputado, que, no prazo de cerca de um ano, a perspetiva
do Governo do Partido Socialista passou de um défice de 2,2% para um défice de 9,3% e de um nível de
dívida pública de 64% para um nível de dívida pública de 83%.
Sr. Deputado, parece-lhe que este é um Governo que acerte muito nas previsões e de que o senhor
mereça agora ser um ilustre herdeiro não crítico?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sobre memória estamos
conversados, mas à sua pergunta que citei não responde. Sabe porquê? Porque quando estava na oposição o
senhor dizia o contrário daquilo que está a fazer hoje, como Primeiro-Ministro, no Governo.
Aplausos do PS.
O País, neste momento, precisa de um Primeiro-Ministro que responda aos problemas dos portugueses,
não de um Primeiro-Ministro que continue a fazer oposição ao passado, sobretudo que esteja a falar do que
aconteceu há quatro anos; precisa de um Primeiro-Ministro com respostas!
Aplausos do PS.
O Sr. Primeiro-Ministro vem aqui dizer que eu pinto a situação do País como quero?!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — É verdade!
O Sr. António José Seguro (PS): — Então o País ultrapassou os 900 000 desempregados e o senhor
acha que a culpa é do líder da oposição, porque pinta a situação como quer?!
Aplausos do PS.
Sr. Primeiro-Ministro, o que é que o senhor está a fazer aí? O que é que o senhor está a fazer à frente do
Governo?
Vozes do PS: — Nada!
O Sr. António José Seguro (PS): — Perante uma quebra das exportações, perante um novo recorde do
desemprego, perante regiões, como o Algarve ou a Madeira, que estão quase com 20% de desemprego,
perante uma quebra abrupta na nossa economia como não havia desde 1975, qual é a sua resposta? O que é
que o senhor tem a dizer aos portugueses? O que é que os portugueses ouvem do Primeiro-Ministro? Uma
coisa muito simples: as previsões estão em linha com aquilo que o Governo tinha previsto.
O porta-voz do seu Governo, perguntado, no final do Conselho de Ministros desta semana, sobre o que é
que tinha a dizer sobre essa matéria, respondeu: esses assuntos não estiveram em discussão!
O Sr. Mota Andrade (PS): — Uma vergonha!
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr. Primeiro-Ministro, o que é que o senhor está a fazer à frente do
Governo de Portugal?
Neste momento, o que é exigido de um Primeiro-Ministro não é que se refugie em nenhum passado, é que
assuma as suas responsabilidades, que diga aos portugueses quais são as soluções que tem. Mas o senhor
não tem soluções para resolver os problemas do desemprego! O senhor não tem soluções para resolver os