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I SÉRIE — NÚMERO 55

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sensibilidade social do Governo. O que marca a sensibilidade social de um Governo é a capacidade para

mudar a estrutura económica, de modo a evitar que estes resultados, que hoje conhecemos, se possam

perpetuar para o futuro. E isso é o que o meu Governo está a fazer.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.

O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, falemos, então, de tragédia.

Sabe qual é a maior tragédia neste País? A maior tragédia neste País é o Primeiro-Ministro que está à

frente do Governo de Portugal. Essa é que é a maior tragédia neste País!

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Sabe porquê? Porque não pode haver nada mais trágico do que um Primeiro-Ministro que não é capaz de

reconhecer o desastre social e económico que, neste momento, está a infligir a Portugal, com mais de 900 000

portugueses desempregados e com uma quebra contínua da nossa economia, acrescentando a esta tragédia

não assumir as suas responsabilidades, estar sempre a fugir dessas responsabilidades.

Há mais de ano e meio que lhe vinha dizendo aqui, nos nossos debates, que o seu caminho iria levar à

destruição do emprego e à destruição da economia no nosso País. A prova está neste ano, em que o senhor

teve de promover o maior aumento de impostos da nossa democracia, uma parte substancial para pagar

aquilo que foram os seus erros, a sua incompetência.

E devo dizer-lhe outra coisa: o senhor prepara-se para fazer um novo corte e retirar 4000 milhões de euros

da economia, sem que isso estivesse inscrito no Memorando da troica. Porque é que o senhor o colocou lá? E

estamos a uma semana de a troica chegar a Portugal! Onde estão esses cortes? Qual é a sua proposta? Não

esconda nada dos portugueses! Diga com clareza! É o desafio que lhe deixo.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, o seu interesse pelos

cortes é inversamente proporcional à sua vontade para responder às questões importantes: qual é a sua nova

estratégia de consolidação das contas públicas e como é que se consegue o milagre de reduzir o défice sem

mexer na despesa e sem mexer nos impostos. Mas percebo que seja mais fácil fazer perguntas do que dar

respostas.

Protestos do PS.

Mas, Sr. Deputado, eu tenho respostas para dar e não fujo às minhas responsabilidades, ao contrário

daquilo que o Sr. Deputado diz.

Em 2011 e 2012, conseguimos uma redução do défice estrutural de cerca de seis pontos.

Protestos do Deputado do PS João Galamba.

Diga lá que outro Governo, na história constitucional, o Sr. Deputado escolhe para ilustrar um resultado

destes? Não há nenhum, Sr. Deputado! Não há nenhum!

O Sr. Deputado está muito enganado, porque tenho muito orgulho e assumo toda a minha responsabilidade

relativamente àquela que tem sido a trajetória deste Governo. Não é fácil! Era muito mais simples dizer que

não vamos cumprir as metas.