16 DE FEVEREIRO DE 2013
7
Vozes do PS: — Seja sério! É uma vergonha, uma vergonha!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, como disse, há pouco, o desemprego também
exige respostas à escala europeia.
Ora, nesse domínio, queria cumprimentar o Governo pelos resultados obtidos no último Conselho Europeu,
porque, num quadro de restrição orçamental, garantir o apoio à economia e ao investimento nas pequenas e
médias empresas e garantir o financiamento das políticas de coesão e na agricultura foram resultados
importantes. Também neste aspeto, o oportunismo e a demagogia de alguns são sintomáticos e, às vezes,
chegam mesmo a ser ridículos. Parece que, afinal, era tudo fácil: era chegar à Europa e exigir, impor:
«queremos mais dinheiro para tudo e para todos»
Só que esses, sobretudo, alguns responsáveis do Partido Socialista, esquecem-se de duas coisas: em
primeiro lugar, que este acordo foi mais benéfico para Portugal do que para muitos dos nossos parceiros
europeus;…
Protestos do PCP.
… e, em segundo lugar — e não se tem falado muito disto —, este acordo é mais vantajoso para Portugal
do que aquele que os governos do PS conseguiram, nomeadamente em 2005, relativamente ao quadro
anterior.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É que, agora, num período de restrição, o nosso envelope financeiro
diminuiu — é certo! — 9,7%, mas é preciso relembrar que, em 2005, pela mão do governo socialista, diminuiu
13,1%.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso é verdade, é sempre a descer!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Perdão, há um pequeno lapso: diminuiu 14,3%.
Protestos do PS.
E mais: do ponto de vista qualitativo, desta vez, foram salvaguardadas situações em termos de
comparticipação e, mesmo, de antecipação de pagamentos que, à época, não foram salvaguardadas.
Esqueceram-se daquilo que fizeram e esqueceram-se, sobretudo, daquilo que não foram capazes de fazer.
Refiro uma última questão, Sr. Primeiro-Ministro, sobre a situação política do País.
Creio que atravessamos um momento em que essa situação é cada vez mais clara: do lado da maioria,
temos tido (e vamos continuar a ter) uma postura de tenacidade, de realismo, e uma vontade férrea de
transformar Portugal com sentido estratégico, com decisões que são difíceis mas são estruturais e com grande
sensibilidade social na ação.
Protestos do PS, do PCP e do BE.
Repito: com grande sensibilidade social na ação, porque a sensibilidade social da retórica, essa, de facto,
reside nas bancadas da esquerda.
Do lado da oposição, Sr. Primeiro-Ministro, a situação também é muito clara: o Partido Comunista e o Bloco
de Esquerda têm, enfim, tido uma postura que é relativamente coerente.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vá lá, haja alguma coerência!…