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I SÉRIE — NÚMERO 59

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Protestos do PCP.

Há uma grande diferença entre um governo do Partido Socialista e um governo de maioria PSD e CDS-PP.

É altura de V. Ex.ª reconhecer essa diferença, porque durante todo o tempo em que o PS esteve no governo a

sua bancada disse sempre que era a mesma coisa um governo do Partido Socialista ou um governo da direita.

Têm agora, neste caso, uma diferença clara entre um governo de direita e um governo do Partido Socialista.

Aplausos do PS.

Mas deixe também que lhe diga, Sr. Deputado, que não podemos acompanhar-vos neste diploma.

Vozes do PCP: — Ah!…

O Sr. Mota Andrade (PS): — Não, não podemos!

Protestos do PCP.

Sei que estão muito nervosos, mas gostaria de poder continuar a falar, Sr.ª Presidente.

Protestos do PCP.

O Sr. Ramos Preto (PS): — Ouçam até ao fim!

O Sr. Mota Andrade (PS): — Não podemos acompanhar-vos face ao teor concreto da proposta que os

senhores aqui trazem, porque não podemos subscrever os n.os

3, 4 e 5 do artigo 1.º.

Para as pessoas que estão em casa a ouvir-nos perceberem do que se trata, passo a ler o n.º 5 do artigo

1.º: «5- Ficam suspensas quaisquer atualizações de renda, independentemente do fim a que o arrendamento

se destine».

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — E acha mal?

O Sr. Mota Andrade (PS): — Ou seja, o que os senhores propõem é que todas as rendas fiquem

suspensas, isto é, que não possam ter aumentos!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Está enganado!

O Sr. Mota Andrade (PS): — O que VV. Ex.as

propõem é que se volte aos anos 40 do século passado, ou

seja, que se volte ao Estado Novo!

Aplausos do PS.

Foi o Prof. Dr. Oliveira Salazar que congelou as rendas em 1945, e é isso que os senhores agora propõem:

o congelamento das rendas!

Protestos dos Deputados do PCP Rita Rato e Bruno Dias.

Sr.ª Presidente, há muito barulho na Sala.

A Sr.ª Deputada Rita Rato está muito incomodada. Eu percebo…

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, aguardemos um pouco até ter condições para poder continuar.