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I SÉRIE — NÚMERO 62

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da economia. E para tratarmos dos portugueses, sobretudo para preservarmos postos de trabalho, temos de

tratar da economia.»

O senhor, várias vezes, chamou-me aqui de irresponsável por eu ter essa proposta. E, mais, quando lhe

referia que era necessário mais tempo para corrigir o défice, o senhor dizia: «Nunca pedirei mais tempo.»

Disse-o, em janeiro do ano passado — consta dos Diários da Assembleia da República. Então, por que é que

agora vai pedir mais um ano, fazendo precisamente o contrário daquilo que o senhor prometeu?

O senhor disse aqui também, no dia 30 de março do ano passado, que não haveria recessão em 2013. Sr.

Primeiro-Ministro, sabe o que é que o Ministro das Finanças veio dizer, na semana passada, à Comissão de

Orçamento, Finanças e Administração Pública? Veio dizer que se tinham enganado nas previsões e que a

recessão iria ser maior do que aquela que tinham previsto. Maior?! Vai ser o dobro daquela que tinham

previsto! Sr. Primeiro-Ministro, não fale, pois, em credibilidade, nem diga que estamos no bom caminho!

Aplausos do PS.

O Sr. Primeiro-Ministro indigna-se quando digo que é preciso parar com a austeridade. Quero fazer uma

precisão: eu quero disciplina e rigor orçamental.

Vozes do PSD e do CDS-PP: — Ah!

O Sr. António José Seguro (PS): — Por isso, o PS votou a favor do tratado fiscal e da lei de

enquadramento orçamental.

O que não aceitamos é que o senhor continue com a sua política de austeridade, custe o que custar.

E não aceitamos um corte de 4000 milhões de euros nas funções sociais do Estado — isso, não aceitamos!

Essa é a nossa primeira proposta. E a pergunta que lhe faço é esta: o senhor mantém, ou não, o seu propósito

de cortar 4000 milhões de euros na saúde pública, na educação pública e na proteção social pública dos

portugueses?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, está equivocado, eu não

me indigno. O Sr. Deputado está no seu direito de apresentar as propostas que entender. Elas não geram a

minha indignação, podem é gerar a minha discordância, Sr. Deputado, e essa, evidentemente, afirmo-a.

Sr. Deputado, a população desempregada portuguesa, como demonstra este gráfico que lhe mostro, tem

vindo a subir consistentemente desde há muito tempo.

Protestos de Deputados do PS.

Em 2010, já atingia cerca de 600 000 desempregados e, no segundo trimestre de 2011, atingia 675 000,

quase 700 000 desempregados.

Protestos de Deputados do PS.

Sr. Deputado, sabemos o que gera o desemprego: é a falta de competitividade e a falta de reforma

estrutural na economia. É isso que gera o desemprego.

É por isso que o Partido Socialista, no passado, foi incapaz de lidar com o fenómeno do desemprego.

Nenhum Governo será capaz de lidar com o fenómeno do desemprego se não atuar estruturalmente sobre a

economia. E isso é o que estamos a fazer, Sr. Deputado.

Aplausos de Deputados do PSD.