7 DE MARÇO DE 2013
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O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Como é que se chama o que criaram? Como se chama?
O Sr. Primeiro-Ministro: — … não temos aí nenhuma divisão de objetivo.
O Sr. Deputado apresenta como um horizonte importante para a reanimação da economia a reabilitação
urbana.
Nesse aspeto, também está distraído, porque o Governo tem estado justamente a investir nessa matéria,
através do Fundo JESSICA, que teve um desenvolvimento importante nos últimos meses e que tem um nível
de execução que é já relevante.
Mas o Sr. Deputado, com certeza, não deve querer que eu esteja a particularizar as pequenas medidas que
estamos a trabalhar em conjunto no Governo e para as quais o Partido Socialista acordou tarde.
Estamos é em total divergência com a atitude que o Sr. Deputado apresentou. O Sr. Deputado diz:
«Abandonem a política que está a ser seguida. Acabem com a política de austeridade no Estado e façam
aquilo que é importante num momento de crise, que é o estímulo à economia». Isto é, «voltem a fazer a
asneira que o Partido Socialista fez quando estava no Governo, em 2009, e deem estímulos à economia».
Protestos do PS.
Sr. Deputado, deixe-me dizer-lhe que, nas circunstâncias em que estamos, a única consequência de ter,
nesta altura, uma política expansiva do défice público em razão da despesa pública é somente a de agravar a
dívida e não melhorar o crescimento,…
O Sr. Fernando Medina (PS): — Ai é?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque essa foi, justamente, a receita errada que foi seguida no passado.
Não tivessem alguns governos, nomeadamente o Governo português de então, feito estímulos fiscais e
talvez não tivéssemos o pesado fardo da dívida que temos hoje.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr. Primeiro-Ministro, de entre várias, vou dar-lhe o exemplo de uma
medida que não sai do papel: o Impulso Jovem. Sabe quanto é que tem de orçamento? Tem 344 milhões de
euros de orçamento! Repito: 344 milhões de euros! Sabe quantos jovens é que o senhor disse que visava
atingir? Disse que visava atingir 90 000 jovens desempregados! Ao fim de quase um ano, sabe quantos é que
atingiu? Atingiu 1400 jovens! Aqui tem, Sr. Primeiro-Ministro, o exemplo de uma medida que não sai do papel.
Aplausos do PS.
O Sr. Primeiro-Ministro, para surpresa dos portugueses, chegou aqui, fez um ar de espanto e indignação e,
com um ar quase de reprovação, como se tivesse direito e autoridade para o fazer, disse-me: «O Sr. Deputado
insiste no desemprego!». Pois insisto, Sr. Primeiro-Ministro, porque esse é o principal problema dos
portugueses! Insisto e vamos insistir!
Aplausos do PS.
E como o Sr. Primeiro-Ministro não tem propostas, então, vamos discutir as propostas do PS. Vamos a
isso, Sr. Primeiro-Ministro!
Primeiro, o Sr. Primeiro-Ministro — honra lhe seja feita —, há quase dois anos, quando tomou posse, veio a
este Parlamento e disse que a política do Governo se traduzia no seguinte: primeiro, as finanças e, depois, a
economia. E eu disse-lhe: «Está enganado, Sr. Primeiro-Ministro. Para tratarmos das finanças temos de tratar