7 DE MARÇO DE 2013
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Diz o Sr. Deputado que se torna difícil cumprir alguma coisa quando temos ainda poupanças estruturais
para fazer. Sr. Deputado, ainda hoje de manhã, li, não a resposta da Sr.ª Lagarde aos seus pedidos, mas uma
notícia de um jornal francês de grande divulgação que dá conta que o Governo francês se apronta para fazer
cortes de 4000 milhões de euros nas funções sociais.
Protestos do PS.
Atendendo a que se trata de um Governo socialista, queria perguntar ao Sr. Deputado se considera que a
linha de austeridade que o Governo socialista francês está a seguir…
Protestos de Deputados do PS.
… é desaconselhável no contexto europeu em que vivemos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, antes de dar a palavra ao Sr. Deputado António José Seguro, quero
dizer que a Mesa, às vezes, confronta-se com o dilema entre interromper o orador ou deixá-lo prosseguir com
um ruído que cria dificuldade em ouvi-lo. Os apartes são legítimos no Parlamento, mas até ao limite em que se
ouve com normalidade o orador.
Pedia a todas as bancadas a maior atenção para isso. Não se trata da compressão da liberdade no
Parlamento, mas de deixarem que o orador seja ouvido, seja qual for o orador.
O Sr. Primeiro-Ministro, na última parte da sua intervenção, já não se ouvia muito bem, porque havia muito
ruído. E como isso tem acontecido desde o início do debate, pedia aos Srs. Deputados o favor de, nas
próximas intervenções, terem esse limite em atenção.
Tem a palavra, Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sobre desemprego nem uma
palavra, nem uma medida. E à questão concreta que lhe coloquei, do corte dos 4000 milhões de euros, nem
uma resposta.
O que gera desemprego no nosso País e o que gera desemprego na Europa é a sua receita e é a receita
que a sua amiga Merkel impõe aos países europeus, que é a receita da austeridade custe o que custar.
Aplausos do PS.
O Sr. Primeiro-Ministro não tem propostas para combater o desemprego, mas o Partido Socialista tem
propostas para combater o desemprego. Em primeiro lugar, sempre dissemos que era necessário financiar as
nossas pequenas e médias empresas. Apresentámos há mais de um ano e meio, e voltámos a apresentar na
sexta-feira, propostas concretas. Mas, neste momento, financiar já não chega, é necessário dinamizar um
pouco a nossa procura interna.
É por isso que nós, e também por razões sociais, apresentamos a proposta para que, no âmbito da
concertação social, se possa aumentar o salário mínimo e as pensões mais baixas no nosso País.
Aplausos do PS.
São propostas concretas no sentido de dar aos portugueses que menos têm um pouco mais de rendimento
para poderem consumir. Isso ajudava o nosso comércio e a nossa indústria.
Há dois setores que têm sido flagelados pelas falências e que, infelizmente, têm contribuído bastante para
o aumento do desemprego em Portugal: o da construção civil e o da restauração. E temos duas propostas