I SÉRIE — NÚMERO 63
6
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Foi este Governo ou foi outro governo anterior?
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Gostaria que me respondesse e com nomes.
Sr.a Deputada, diga-me outra coisa: depois de ter sido acordado subir gradualmente o salário mínimo para
500 €, que foi congelado em 485 €, depois disso, já houve acordos de concertação social, nomeadamente o
último, o acordo tripartido.
Algum dos parceiros sociais, nomeadamente os representantes dos trabalhadores, pôs como condição
para assinar esses acordos, designadamente o acordo tripartido, que o salário mínimo tornasse a aumentar?
Gostaria que me respondesse a isto, Sr.a Deputada.
A minha última questão é a seguinte: neste momento, para subir o salário mínimo (e eu, pessoalmente, não
tenho nada contra isso e já o disse publicamente, mas é a minha opinião pessoal), a quem é que compete
negociar essa subida? É ao Governo ou é à concertação social?
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É ou não em sede de concertação social que essas questões devem ser
decididas?
Aplausos do CDS-PP e de Deputados do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.a Deputada Mariana Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Artur Rêgo, muito obrigada pelas perguntas
que me dirigiu.
Ficámos a saber que, de facto, a bancada do CDS não quer assumir as dores de alguns que estão hoje
sentados nessa bancada ou, como eu disse da tribuna, em gabinetes ministeriais,…
Protestos do CDS-PP.
… não quer assumir as dores daquilo que o CDS ou estruturas do CDS defendiam (citei a Juventude
Popular), não quer assumir esse disparate.
Mas também não quererá certamente assumir — o Sr. Deputado dir-me-á — as declarações do Dr. Paulo
Portas, que, em 2010, dizia o seguinte: «Viram o salário mínimo da Irlanda depois dos cortes? 1283 €!
Comparem! Depois dos cortes».
Sr. Deputado, respondendo às suas perguntas, digo-lhe que os senhores não querem assumir aquilo que
os vossos líderes têm vindo a dizer e coabitam mal com essa contradição. Podem chamar-lhe o que quiserem,
mas a verdade é que os senhores não defendem hoje aquilo que o líder do CDS defendia relativamente ao
salário mínimo. Essa é que é essa!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Defendemos, defendemos!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Deputado, a concertação social mandou o Governo subir o salário
mínimo; a troica mandou o Governo descer, ou congelar, o salário mínimo.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Já estava congelado!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Ora, congelar o salário mínimo significa descida, uma vez que aumentaram
os impostos e o preço dos bens essenciais. Então, o que é que o Governo fez? Fez o que a troica mandou,
naturalmente, Sr. Deputado, e é isso que os senhores têm de assumir.
Diz-se o Sr. Deputado escandalizado, que sem salários não há consumo.