I SÉRIE — NÚMERO 65
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A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, o Conselho Europeu tem
início amanhã. Não vejo, sinceramente, uma data mais oportuna para a Assembleia da República se reunir,
antes do Conselho Europeu, para poder fazer o debate sobre a discussão económica e social na Europa.
Portanto, não sei o que é que o Sr. Deputado lamenta.
O Sr. António José Seguro (PS): — Não é um problema de data!
Vozes do PS: — A avaliação!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Queremos dizer também que a Comissão Europeia e o Conselho Europeu não
elegeram para este próximo Conselho a prioridade do crescimento económico. Esta prioridade foi reafirmada
pela Comissão Europeia e será reafirmada pelo Conselho Europeu.
Risos do PS.
Foi uma das cinco prioridades elencadas no espaço europeu em 2012 e é reafirmada para 2013. O
Governo português está de acordo com essas prioridades, como esteve de acordo no ano passado.
Pergunta o Sr. Deputado: «então, porque é que o Governo português tem políticas contrárias ao
crescimento económico?» Não temos, Sr. Deputado! O Governo português tem vindo a prosseguir uma linha
de intervenção macroeconómica justamente destinada a corrigir os nossos desequilíbrios e a promover o
crescimento em Portugal.
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — O quê?! Então parámos para crescer!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado sabe que, desde o início do nosso programa de ajustamento,
o objetivo é produzir o ajustamento macroeconómico em Portugal para que a economia possa crescer. Não é
possível de outra maneira, e não é apenas o Primeiro-Ministro português que o diz, todos os parceiros
europeus o afirmam também, como o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco Central
Europeu.
Significa isto, portanto, que procuraremos, ao longo da execução do Programa de Assistência Económica e
Financeira, produzir exatamente as medidas que são necessárias para conduzir ao balanceamento
macroeconómico em Portugal e, ao mesmo tempo, lançar as condições para o crescimento em Portugal. É isto
que o Governo tenciona manter.
Aquilo que o Sr. Deputado sugere, e que sugeriu também no último debate que aqui travámos, é o
seguinte: abandonem esses objetivos, mudem de direção, parem com o esforço de consolidação
orçamental,…
O Sr. João Galamba (PS): — De destruição!
O Sr. Primeiro-Ministro: — …porque sem isso não é possível crescer. Sr. Deputado, não podemos ter
maior divergência, mas aí, ao contrário do que o Sr. Deputado gosta de referir, não estou sozinho, estou muito
acompanhado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.