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I SÉRIE — NÚMERO 65

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O Sr. Deputado, sempre que se trata de atingir um objetivo, gosta muito de dizer que não se abandona o

que vem expresso no Memorando de Entendimento mas que não concorda com os caminhos escolhidos para

se chegar a esses resultados.

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Também não chega lá! Está a «patinar»!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Pergunto-lhe, então, Sr. Deputado: quanto vale o esforço de consolidação

orçamental que o Partido Socialista defende?

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Está a «patinar» há dois anos!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Gostaria que respondesse, Sr. Deputado António José Seguro: quanto vale o

esforço de consolidação orçamental?

O Sr. Deputado diz que não precisamos que 4000 milhões de euros de despesa permanente possam ser

poupados para futuro. De quanto precisamos, Sr. Deputado? Enquanto o Sr. Deputado não souber responder

a estas perguntas não pode ser levado a sério quando afirma que a política de consolidação orçamental é para

prosseguir.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Em segundo lugar, disse o Sr. Deputado que o Partido Socialista votou o tratado fiscal e as alterações à lei

de enquadramento orçamental.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado nunca me ouviu dizer o contrário.

O Sr. António José Seguro (PS): — Também era melhor!…

O Sr. Primeiro-Ministro: — Bem, não sei… O Sr. Deputado faz essa afirmação como se houvesse da

parte do Governo alheamento relativamente a essa matéria, mas eu nunca disse o contrário. Porém, também

não digo que o País, ao cabo de quase dois anos, de 21 meses, de execução do Programa de Assistência

Económica e Financeira…

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — A «patinar»! Não sai do mesmo lugar!

O Sr. Primeiro-Ministro: — …não apresenta resultados.

Ó Sr. Deputado, que insulto ao esforço dos portugueses ao longo destes dois anos!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Que insulto ao esforço dos portugueses!

O Sr. Deputado acha que passar de um défice externo como aquele que tivemos em dois anos para um

excedente em 2012 não é bom resultado.

Protestos do PS.

É preferível ter défice externo, é preferível ter necessidades adicionais de financiamento para a economia,

é preferível andar de mão estendida no mundo do que dizer que conseguimos gerar um excedente externo em

Portugal.

O Sr. Deputado deve considerar, com certeza, que não tem significado passar de um défice da balança

corrente de 10% para apenas 2,6%.