15 DE MARÇO DE 2013
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O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Para nós, é importante que se resolva de uma vez por todas o impasse e se conclua de uma vez por todas
o túnel do Marão.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para apresentar o projeto de resolução n.º 643/XII (2.ª), do Partido
Socialista, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Silva Pereira.
O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Quero começar por registar que
este é um dia raro neste Parlamento. Este é o dia em que, assim esperamos, todos os partidos políticos, da
esquerda à direita, se unem para defender um projeto que é um investimento rodoviário no interior, um projeto
lançado pelo Governo do Partido Socialista, sob a liderança do primeiro-ministro José Sócrates. É um dia que
merece, realmente, ser assinalado. Nem sempre isto acontece!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): — Queria também dizer que o Partido Socialista apresenta, na sua
resolução, uma recomendação ao Governo para que este faça aquilo que já devia ter feito. Isto é, para que
tome, com a maior urgência, todas as medidas necessárias à conclusão das obras do túnel do Marão. Isso é o
que mais importa.
E estas obras do túnel do Marão são, hoje, paradas como estão, o mais eloquente monumento à
incapacidade do Governo…
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Do Governo anterior!
O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): — … e do gigantesco Ministério das Obras Públicas para resolver os
problemas do País.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): — As obras do túnel do Marão estão paradas há 21 meses e esta
paragem das obras teve já consequências: naquelas obras trabalhavam mais de 100 pequenas e médias
empresas e muitas delas foram, entretanto, à falência; 1400 trabalhadores tinham trabalho nessas obras e
muitos deles estão hoje a engrossar os números de desemprego; além de mais, há prejuízos para a economia
regional e, mais, para a economia nacional; e, ainda, a própria degradação dos materiais e das condições de
segurança das obras, porque tudo isso tem custos acrescidos no projeto assim ele seja retomado.
É por isso que aqui estamos.
É por isso que se torna agora necessário, ao fim de tanto tempo, de tanta inoperância da parte do Governo,
dirigir uma mensagem forte e clara ao Governo para que tome as medidas que são necessárias. Compete ao
Governo fazê-lo.
Todos sabemos que existe um litígio entre o consórcio financiador e a concessionária a propósito de uma
alegada alteração de circunstâncias. Porém, em 21 meses nunca ouvimos o Governo dizer que o consórcio
financiador devia cumprir integralmente o contrato e a verdade é que naquele consórcio financiador há
maioritariamente entidades participadas pelo Estado — a Caixa Geral de Depósitos e o Banco Europeu de
Investimento. O Governo não tinha nenhuma razão para dispensar o consórcio financiador de uma posição
pública de exigência no cumprimento desse contrato, e a verdade é que o não fez.
Além de mais, também era responsabilidade do Governo tomar as medidas, se o impasse se verificava,
para que o problema pudesse ser resolvido.