22 DE MARÇO DE 2013
25
Portanto, Sr. Ministro, para completar e para reforçar esse discurso, pergunto se é ou não verdade que o
Governo fez um esforço, apesar das dificuldades, com o programa JESSICA, para responder ao principal
problema, onde havia um foco de maior desemprego, a construção civil, em Portugal? É verdade ou não que
canalizou meios financeiros e técnicos para resolver esse problema?
É verdade ou não que o Governo com o programa Revitalizar, com o programa Valorizar e com aquele de
que falou, que tem a ver com o fomento industrial ou a reindustrialização, se quisermos, e sobre o qual
gostava que pudesse falar um pouco mais, pois parece-me ser algo que pode, de forma transversal, de forma
praticamente disseminada pelo País, recuperar alguma da esperança no crescimento económico.
De facto, a reindustrialização toca em necessidades de formação, e é possível fazê-lo desde que se olhe
com critério e com segurança para as necessidades, porque toca no empreendedorismo que existe, que
precisa de ser apoiado e pode ser uma alavanca para o crescimento económico…
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … e porque toca também na internacionalização da nossa economia, e
há inúmeros exemplos de empresas que, muitas vezes contra a inércia do Estado, contra a burocracia, estão a
conseguir fazer o seu caminho.
Portanto, é de uma forma positiva que eu gostava de lhe fazer estas perguntas, porque às vezes parece
que nos entretemos a dizer aquilo que, de facto, não interessa tanto para resolvermos o problema do País.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Isso é puxar para baixo…
O Sr. João Oliveira (PCP): — O problema é que os senhores só puxam para cima meia dúzia…! Meia
dúzia de banqueiros!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … aquele que é um conjunto de portugueses que estão a fazer lá fora
um esforço enorme para resgatar a soberania do País.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa informou o Governo que há apenas mais uma pergunta e o
Governo informou que responderá no fim de todas as perguntas.
Assim, dou a palavra ao Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Economia e do Emprego, o senhor fez um
exercício lamentável, na sua intervenção inicial, de sacudir a água do capote, pois falou como se não tivesse
qualquer tipo de responsabilidade pela situação desgraçada a que o País chegou, falou em estímulos à
economia, falou como se o País estivesse muito bem, mas, efetivamente, não está, Sr. Ministro.
Na verdade, o Governo é responsável pela situação desastrosa em que o País se encontra, é responsável
pela destruição da economia — e isso é uma evidência aos olhos de todos nós —, é responsável pela
desgraça que representa o desemprego e tem particulares responsabilidades no crescimento do desemprego,
pois facilitou os despedimentos no setor privado, reduzindo as indemnizações, reduziu a proteção no subsídio
de desemprego, sabendo que esse é um aspeto fundamental para agravar a exploração de quem trabalha, e
na Administração Pública o Governo comporta-se como o pior dos piores dos patrões do nosso País.
Recentemente, o Primeiro-Ministro anunciou o despedimento de trabalhadores da Administração Pública,
os assistentes operacionais, que fazem muita falta à Administração Pública. Para nós, Sr. Ministro, o objetivo é
muito claro: é despedir na Administração Pública para contratar empresas privadas e, assim, promover
negócios privados à custa do dinheiro público…
Vozes do PCP: — Exatamente!