22 DE MARÇO DE 2013
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Contudo, a verdade é que nos últimos anos, muitas vezes, desviámo-nos dos princípios deste mesmo
projeto europeu e concentrámo-nos em vertentes que não são necessariamente benéficas para a própria
Europa.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Não é criando um gigante burocrático que vamos agilizar
o investimento; não é fomentando diretivas e diretivas e procedimentos excessivos que vamos fazer crescer a
Europa; não é exigindo aos países em assistência para abrirem os seus marcados, enquanto outros países
mantêm toda a espécie de obstáculos, que vamos promover a solidariedade europeia.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É só conversa!
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — A Europa necessita de um rumo, nos seus desígnios, e
deve rapidamente colocar a economia e o emprego no coração político da União Europeia. A Europa deve
também tornar-se mais amiga do investimento.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É, é!…
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — A compreensão dos sacrifícios a que temos sido expostos
terá outra calibragem se o quadro for europeu e não meramente português.
É preciso que a Europa esteja preocupada em criar emprego e oportunidades para os seus cidadãos, em
vez de estar centrada, quase exclusivamente, na resolução do problema das dívidas soberanas, problema que
não poderá, de qualquer maneira, ser resolvido sem crescimento.
Foi, aliás, com este entendimento e com a consciência de que não existem muitos caminhos alternativos
que superem as dificuldades presentes que, juntamente com outros Ministros da Economia, da Espanha, da
Alemanha, da França e da Itália, subscrevi, em 2012, uma carta aberta destinada a relançar uma agenda
política europeia assente no crescimento económico, através da reindustrialização do continente europeu.
Sempre considerei — e fico satisfeito por outros defenderem agora esta via, nomeadamente o maior
partido da oposição — que o sucesso da Europa, enquanto união económica, depende fortemente do modelo
de crescimento sustentável e diversificado, no qual a indústria desempenha um papel essencial.
Portugal, como os demais países europeus, tem vindo a perder terreno na área industrial. É chegada a
hora de inverter esta tendência e apostar numa nova política industrial, numa nova política comercial para a
própria Europa.
Em suma, queremos um País de cabeça erguida, que se bata de igual para igual, na atração de
investimento estrangeiro e nacional, um País que ajude a Europa a tornar-se mais moderna e competitiva.
Uma Europa que deve estar preocupada em criar emprego e oportunidades para os seus cidadãos, em vez de
estar centrada na construção de um castelo de burocracia e de interesses em que Bruxelas muitas vezes se
tornou.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Por isso, se a Europa quiser realmente evitar o declínio,
se a Europa quiser realmente readquirir o dinamismo e o crescimento que já teve, então, a Europa tem de
mudar e, com ela, também Portugal.
Só com investimento, só com crescimento, só com a criação de emprego é que a Europa poderá ter futuro.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa regista a inscrição do Sr. Deputado Paulo Batista Santos, do
PSD, para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Francisco Lopes, do PCP.
Faça favor, Sr. Deputado.