I SÉRIE — NÚMERO 69
10
Censure o PS, porque deve censurar, mas arranje uma alternativa construtiva para o nosso País! É isso
que os portugueses, lá fora, esperam de todos nós.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Lopes.
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Paulo Batista Santos, as suas
considerações, mais do que a pergunta, traduzem a dificuldade que o PSD e o CDS têm em sustentar o
Governo, ao ponto de degradação a que chegou neste momento.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Errado! Não é verdade!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — O Sr. Deputado falou de embuste, mas, de facto, o grande embuste é a
política e a ação deste Governo, que fugiu, que rompeu com os compromissos que tinha assumido com os
eleitores que o elegeram. E esse é o primeiro elemento da sua perda de legitimidade política e institucional.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — As bancadas do PSD e do CDS não representam, por isso, a vontade do
povo, que traíram com a prática política do Governo ao longo destes anos!
Aplausos do PCP.
Mais: qualquer Governo tem a responsabilidade de agir no quadro da Constituição da República
Portuguesa, mas este Governo tem-se assumido como um Governo de afronta e de ação à margem da
Constituição da República.
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Olhando para essa prática do Governo e olhando para a situação do
País, para o empobrecimento, para a exploração, para o desemprego, para a recessão económica, para o
afundamento do País, nós dizemos: não se pode permitir que esta obra de destruição continue até 2015!
A Constituição impõe que se tomem medidas. Pode perguntar-se: há normal funcionamento das
instituições democráticas quando um Governo e uma maioria estão a agir como agem, destruindo o País,
infernizando a vida dos trabalhadores e do povo português e comprometendo o futuro? Não, não há normal
funcionamento das instituições democráticas!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Por isso, há necessidade de uma política diferente, que nós definimos
como uma política patriótica e de esquerda, como referi na minha intervenção inicial.
Mas há uma questão fundamental e primeira. Neste momento, não é possível tomar um caminho novo, o
caminho vinculado ao progresso, ao desenvolvimento e à soberania do País, sem uma primeira medida, e
essa primeira medida, de saneamento profilático, é pôr fim a este Governo e iniciar um novo caminho.
Aplausos do PCP.