30 DE MARÇO DE 2013
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Na altura concordava!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … com as medidas tomadas em países como Portugal, Irlanda ou
Grécia. Portanto, convinha perceber exatamente com que tipo de medidas o Partido Socialista concorda.
Sr. Deputado Honório Novo, agradecendo a gentileza com que me colocou as perguntas, quero dizer-lhe
que pode estar descansado porque eu não me incomodo com fantasmas do meu imaginário, nem tão-pouco
deixo de reconhecer personalidades que são históricas e, infelizmente para muitos milhões de pessoas,
personalidades bem reais e que triste memória deixaram.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Deputado, certamente que as nossas conceções de propriedade
privada são radicalmente diferentes, e é normal e natural que assim seja,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Só defendem a propriedade privada dos acionistas!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … mas não deixa de ser interessante ver o PCP preocupado com a
segurança dos depositantes e com o sistema bancário. Não deixa de ser uma modificação simpática.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Só se espanta por ignorância!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Quanto à teoria conspirativa de que o objetivo seria uma
transferência de depósitos para o Luxemburgo e para outros países, pergunto-lhe, Sr. Deputado: se o objetivo
fosse mesmo essa conspiração, não teria sido mais útil pensar nisso antes de termos todos a mesma moeda?
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — O que é evidente e particularmente preocupante é que um ataque
deste tipo põe em causa não apenas o Chipre…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Só agora é que descobriram!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … mas toda a moeda única, o que afeta muitíssimos outros países.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Encarnação.
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Meireles, ainda bem que trouxe
este tema ao Plenário. Talvez a esquerda ou o Partido Socialista percebam as diferenças entre este País
agora e o Chipre ou a Grécia; as diferenças entre a situação em 2011, quando estávamos colados, quase
umbilicalmente, com os gregos, e o problema que atravessamos nos dias de hoje, o esforço de cada
português para que estas diferenças fossem esbatidas, sendo que hoje em dia Portugal não se confunde com
mais nenhum outro país europeu nestas condições.
Sr.ª Deputada, vale a pena recordar.
Será que o Partido Socialista não se lembra que, há pouco mais de um ano, os juros da dívida estavam em
17% e que o défice estava acima de 10%? Hoje ninguém se recorda disso, mas é o contraste entre a
credibilidade deste País e a falta de credibilidade que ontem um ex-Primeiro-Ministro mostrou numa entrevista
à RTP, o qual virá visitar todas as semanas este País durante cerca de meia hora — o tão esperado regresso
de José Sócrates.