12 DE ABRIL DE 2013
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Constituição é este Governo, e este despacho prova exatamente isso. É a estratégia do terror, é a estratégia
do caos que o Governo quer trazer ao País para ser quanto pior melhor. Está pior? Pois é, a culpa é do
Tribunal Constitucional. Está pior? Pois é, a culpa é da oposição. O Governo é que parece não ter culpa
nenhuma nesta matéria. Até parecia que tudo estava a correr bem!
Ouvimos, na sexta-feira passada — não passaram muitos dias —, aqui, no Plenário, o Sr. Primeiro-Ministro
dizer que tudo estava a correr bem. Agora, que o Tribunal Constitucional disse que o Governo tinha de
encontrar alternativas para 1320 milhões de euros, um terço do que foi o desvio orçamental de Gaspar no ano
passado,…
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exatamente!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — … afinal, caiu o «Carmo e a Trindade»! É incompreensível, Sr.as
e Srs.
Deputados! É incompreensível!
Percebemos que não têm nenhuma preocupação com a saúde de quem trabalha no Ministério das
Finanças ou, mesmo, com as tendinites que o Sr. Secretário de Estado e o Sr. Ministro poderão ter por
assinarem tantas autorizações, porque, face à inundação de pedidos de autorização de despesa que vão
chegar, é claro que será esse o desfecho!
O que não podemos aceitar é que se escolha uma via em que o Ministro que perdeu a autoridade passe a
autoritário, em que se escolha uma via em que aquele que era o sucesso — que era um desvio três vezes
superior ao indicado pelo Tribunal Constitucional — em cinco dias passe a ser o descalabro.
Esta é a estratégia da chantagem, é a estratégia do castigo. E nós nessa não entramos, em nome da
seriedade na política.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do Sr. Deputado Duarte Pacheco, pelo PSD.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Inicio
por uma nota prévia.
Sr.ª Presidente, assistimos já neste debate, em particular pela bancada do Partido Socialista, a uma
agressividade, a ataques pessoais, a ofensas inimagináveis em democracia.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — É verdade!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Este tipo de discurso só evidencia uma má e muito pesada consciência
pela bancarrota a que conduziram o País e pela ausência de quererem participar na procura de soluções de
que o País bem necessita.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Não sei se foi ao mirarem-se ao espelho que identificaram o tal «bando de irresponsáveis», expressão que
utilizaram nesta Câmara!?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Esquecem-se, por vezes, que Portugal, neste momento, é um país
intervencionado; esquecem-se que Portugal é um país com dificuldades de financiamento, não de hoje, mas
de há vários anos e que, por isso mesmo, estamos a viver um momento difícil, um momento de emergência;
esquecem-se que estamos perante uma execução orçamental que, desde o primeiro dia, sabíamos que era
difícil, que tinha de ser muito exigente; esquecem-se que a decisão do Tribunal Constitucional, gostando mais
ou gostando menos dela, provoca dificuldades acrescidas na execução orçamental.