I SÉRIE — NÚMERO 77
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Protestos do PSD.
A Sr.ª Presidente. — A próxima intervenção é do Sr. Deputado Honório Novo, pelo PCP.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado: Vamos ver se conseguimos
esclarecer aqui uma dúvida. Se este despacho não se refere a nada e exceciona todas as despesas, por que
foi ele exarado, Sr. Secretário de Estado?
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Que objetivos o despacho persegue? Será apenas para levantar o umbigo
do Sr. Ministro Vítor Gaspar e continuar a ofender o Tribunal Constitucional?
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
Protestos da Deputada do PSD Conceição Bessa Ruão.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Secretário de Estado, na sua intervenção inicial, o senhor disse que o
Governo tem de reorganizar as metas orçamentais. Porquê, Sr. Secretário de Estado? É inevitável? É
obrigatório? Faz isso porque o Governo alemão e o Sr. Ministro das Finanças mandou o Governo português
fazer? Por que é que o Governo não encontra uma alternativa? E vou dizer-lhe qual: altere as metas
orçamentais, passe o défice de 5,5% para 6,2% e defenda a honra do País dizendo à troica que, em Portugal,
quem manda mais do que a troica e o Governo alemão é o Tribunal Constitucional.
Era o que devia fazer! Faça isso!
Aplausos do PCP.
Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado, é falso que a decisão do Tribunal Constitucional comprometa a
execução orçamental. A execução orçamental, Sr. Secretário de Estado, já está comprometida há muito.
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Por que é que, afinal, em 2012, o défice passou de 4,5% para 6,4%? Por
que é que, em 2012, a execução orçamental derrapou em mais de 3000 milhões de euros?
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Boa pergunta!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Também foi por causa do Tribunal Constitucional?
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Boa pergunta!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Deve ter sido!…
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Secretário de Estado, a execução orçamental, em 2013, está
comprometida desde que o Orçamento do Estado foi aprovado.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Tal e qual!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Os relatórios de execução orçamental, com as despesas de um
desemprego escandaloso (que era para ser de 16,4% e já vai em 16,8%) e com a derrapagem das receitas