12 DE ABRIL DE 2013
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fiscais e contributivas que todos os relatórios de execução orçamental já mostraram, esses relatórios, dizia,
revelam e confirmam que a execução orçamental, em 2013, era e é uma miragem, Sr. Secretário de Estado.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Honório Novo (PCP): — O Tribunal Constitucional, ao rejeitar, pela segunda vez, Orçamentos deste
Governo mostrou que este Governo só consegue uma coisa: governar fora da lei.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Honório Novo (PCP): — E o Governo serve-se do pretexto do Tribunal Constitucional para tentar, de
novo, um assalto aos direitos constitucionais, para encontrar um álibi para tentar novos ataques às funções
sociais do Estado, e utiliza-o, desta vez, como álibi para procurar lançar o caos e a confusão nos serviços da
Administração Pública.
Vou dar-lhe dois exemplos, Sr. Secretário de Estado. Um deles surgiu pela voz do Reitor da Universidade
do Minho, que refere: «A Universidade do Minho pode ser obrigada a fechar as portas, a começar pelas
cantinas que só têm uma semana de sustentabilidade».
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Desmintam isto!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Outro exemplo, Sr. Secretário de Estado, é uma ordem enviada da direção
da ASAE, na quarta-feira, dia 10 de abril, aos inspetores deste serviço dizendo-lhes que não abasteçam as
viaturas e não utilizem as autoestradas e também que as viaturas devem ser imediatamente aparcadas nas
sedes e que só devem ser usadas em último recurso.
Estes são os exemplos de que o despacho nada vale e nada significa!…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É mentira?!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Perante este despacho e face a este Governo, é obrigatório tomar uma
posição clara. Não são admissíveis, Srs. Deputados, mudanças de posição de uma semana para a outra, ao
sabor dos ventos. Não se pode, numa semana, exigir a demissão deste Governo e reclamar eleições
antecipadas e, na semana seguinte, «meter a viola no saco» e deixar de exigir aquilo a que o povo e o País
têm direito e que querem e exigem nas ruas deste País.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Por isso, da nossa parte, não há duas palavras, nem duas posições. A
democracia e o futuro do País exigem novas eleições e uma política alternativa que rompa com a troica e
defenda Portugal.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado do Orçamento.
O Sr. Secretário de Estado do Orçamento: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Ouvi o «comício»
do Sr. Deputado João Galamba, em que apelou à serenidade, serenidade que o Sr. Deputado não teve.
O Sr. Deputado deveria ter lido o despacho com cuidado, porque o despacho exceciona as despesas que
estão contratadas e que permitem manter toda a Administração Pública a funcionar, como, aliás, acontece.
Vozes do PCP: — Então, para que é que serve?!