O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 DE ABRIL DE 2013

33

Sr. Deputado, é verdade que o CDS, hoje, desfez aqui o seu silêncio, um silêncio quase sepulcral nos

últimos tempos, mas não desfez o tabu, que é perceber, hoje, qual é o lugar e qual é o papel do CDS na

coligação e o que quer o CDS desta coligação.

Vejamos: para além deste namoro tão insistente, os senhores têm o Ministro Paulo Portas, que é o

embaixador do estudo do FMI e do programa, brutal, de cortes no Estado social que estava a ser preparado

por este Governo muito antes de qualquer acórdão do Tribunal Constitucional. Esta é a verdade. O Sr. Ministro

Paulo Portas é o mandante destes cortes que foram estudados e encomendados pelo próprio Governo ao FMI.

O Sr. Deputado recorda-se do programa de assalto ao Estado social, que está consagrado no estudo que

encomendaram ao FMI. E os senhores tinham um Ministro, que era embaixador desta política!

Mas, enquanto têm Paulo Portas, que, enfim, se resguarda também com alguns silêncios, como essa

bancada fez durante tanto tempo, têm um altifalante que se chama Pires de Lima, que cada dia diz uma

novidade. A saber: que a recente remodelação do Governo é uma oportunidade perdida; que, se não houver

um segundo ato de remodelação, esta, de pouco valeu, enfim, hoje de manhã até dava orientações para a

linha que deveriam seguir Passos Coelho e António José Seguro, dizia que era melhor que eles discutissem

economia. Economia é algo em que PS e CDS têm grande acordo e, portanto, dava a linha para a discussão

que deveriam seguir Passos Coelho e António José Seguro, durante a sua reunião. E é preciso que se

entenda esta ventriloquia política do CDS, que, uns dias, é oposição, outros dias, quer ser coligação, mas não

é bem esta coligação, exatamente com este Governo, tem de ser outro Governo qualquer, que não

exatamente este, e é preciso mudar de políticas, mas não sabemos, nunca, exatamente, quais são,…

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada, queira concluir.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — … a não ser, evidentemente, que o CDS vai revelando todos estes sinais

de turbulência e que, hoje, fez aqui um apelo a um «ménage à trois», se me permite a expressão, com o

Partido Socialista, cujos contornos não percebemos.

É que, do nosso ponto de vista, e vou concluir, Sr. Presidente, o problema fundamental está nas políticas

deste Governo, está no ataque ao trabalho e ao salário, está na degradação económica e social, mas está

também, Sr. Deputado, na decomposição desta coligação, que já cheira mal.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — A Mesa está informada de que o Sr. Deputado João Pinho de Almeida

responderá, conjuntamente, aos dois primeiros pedidos de esclarecimento e, depois, seguidamente, aos três

restantes.

Por isso, tem, agora, a palavra o Sr. Deputado João Galamba.

O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, francamente, há limites

para o descaramento do CDS.

Vozes do PSD e CDS-PP: — Ah!

O Sr. João Galamba (PS): — O CDS, depois de ter andado, em 2009, em 2010 e na primeira parte de

2011, a fingir que a crise era apenas portuguesa e a dizer que se devia à incapacidade do Governo para cortar

a sério nas despesas, não pode vir agora ensaiar este discurso sobre como o Memorando está errado, como a

Europa tem defendido uma estratégia insustentável, como é preciso outras políticas. Sr. Deputado João

Almeida, os portugueses lembram-se dos discursos do CDS!

O CDS não pode continuar a fazer este jogo duplo, de fingir que está no Governo e fora dele, de apoiar

sempre, na Europa, o PPE, que é a família política à qual o CDS pertence e que é a obreira das políticas que

estão a ser impostas na Europa, desde a crise grega, em 2010, e vir aqui, agora, hipocritamente, fingir que

nada tem a ver com o assunto.

Portanto, Sr. Deputado, sejamos claros! De duas, uma: ou o CDS reconhece que esta crise que vivemos é,

nas suas causas, fundamentalmente, uma crise da arquitetura institucional da zona euro e, portanto, é preciso