18 DE ABRIL DE 2013
35
Portanto, tendo nós esta posição, aquilo que a Sr.ª Deputada aqui quis atribuir ao CDS, e até ao Governo,
que o negou, é absolutamente falso. Não há nenhum compromisso assumido entre o Governo e um relatório
exclusivo, há um compromisso entre o Governo de Portugal e os portugueses para encontrar solução para os
problemas que temos, o que implica, e também o disse na tribuna, cortes de despesa. É verdade! Mas implica,
ainda, transparência nos vários agregados da despesa para as pessoas saberem onde é que pode haver
cortes que tenham algum efeito e onde é que pode haver cortes que, ainda que simbólicos e importantes, não
têm efeito, do ponto de vista da consolidação orçamental.
Relativamente a toda esta transparência, estamos disponíveis para, no momento certo, apresentar as
propostas e discuti-las do ponto de vista político, mas não estamos disponíveis para este tipo de enredo que
quis aqui criar, com um alto patrocínio, que não existe, a uma proposta concreta de uma organização
internacional.
Em relação ao que foi dito pelo Sr. Deputado João Galamba, é sempre difícil discutir com o Sr. Deputado
dentro dos limites do descaramento. Do ponto de vista da resposta, estou convencido de que vou conseguir
assegurá-los, mas, ainda assim, pode tornar-se difícil.
O Sr. Deputado João Galamba faz uma coisa extraordinária: mesmo quando a maioria, os Grupos
Parlamentares do PSD e do CDS, não quer falar do passado, são os senhores que querem, insistentemente,
falar do passado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Deputado, quis poupar o Partido Socialista a um discurso
que já cansa os portugueses — é verdade! —, que é o da responsabilidade do Partido Socialista na situação a
que chegámos. Já todos os portugueses o sabem de cor! E não tem a ver com uma incoerência de discurso,
tem a ver com uma redundância, Sr. Deputado! É redundante dizer todos os dias que o Partido Socialista tem
responsabilidade na situação a que chegámos e é irresponsável dizer que só o Partido Socialista é que tem
responsabilidade na situação a que chegámos,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O CDS também tem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … ignorando que há um problema europeu que tem de ser
resolvido. Isto é uma questão de coerência!
O Sr. Deputado é que tem, habitualmente, o especial prazer e a especial convicção de entender que as
questões têm uma única explicação, que é aquela que o Sr. Deputado dá e que, normalmente, não é, sequer,
coerente com a opinião da esmagadora maioria dos seus colegas de bancada. Nós respeitamos a sua
independência de pensamento, mas não podemos atribuir à sua independência de pensamento o estatuto
suficiente para entender que tem a capacidade interpretativa de tudo aquilo que o Partido Socialista fez no
Governo e, pior ainda, que tem suficiência para interpretar aquele que foi o pensamento do CDS ao longo do
tempo. É um exercício ambicioso,…
O Sr. João Galamba (PS): — Pois é! Muito ambicioso!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … mas que, neste caso, não conseguiu concluir.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, tem, agora, a palavra o Sr. Deputado
Bernardino Soares.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Almeida, o Sr. Deputado pôs agora
o dedo na ferida. É que a intervenção do Deputado João Galamba, discordemos ou concordemos com ela,
não reflete, de facto, exatamente, a linha do momento do Partido Socialista, que é uma linha de alguma