18 DE ABRIL DE 2013
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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Por isso é que é exigível ao Partido Socialista que fale, às
vezes, com mais consciência e com menos ligeireza, pois quem pode ser chamado a exercer funções
governativas sabe que muitas vezes, dadas as circunstâncias do País, dadas as dificuldades que
encontramos, temos de fazer escolhas entre males, isto é, temos que escolher o mal menor e afastar o mal
maior. Era muito bom que pudéssemos escolher só entre circunstâncias que são positivas. O Partido
Socialista teve essa sorte e desperdiçou-a.
Infelizmente, neste momento, governamos em circunstâncias muito mais difíceis e muitas vezes temos de
fazer opções difíceis como as que a Sr.ª Deputada enunciou. O que lhe posso dizer é que, se isso vier a
acontecer, a posição do CDS sobre todas essas matérias será clara e não fugirá, ao contrário do que a Sr.ª
Deputada quis insinuar.
O Sr. António Braga (PS): — Qual CDS? O do Largo do Caldas ou o da Assembleia?
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Em relação às questões colocadas pelo Sr. Deputado
Bernardino Soares, queria antes de mais saudar o seu sentido de humor, que naturalmente é positivo — não
resolve os problemas, mas é certamente positivo.
No que respeita à questão política da Lei de Enquadramento Orçamental (LEO), não é verdade o que o Sr.
Deputado disse.
A Lei de Enquadramento Orçamental, que aqui foi aprovada, é uma lei que protege os portugueses de
opções discricionárias que façam com que gerações futuras venham a ter de pagar compromissos
irresponsáveis assumidos por governos que não tinham meios para suportar a despesa que fizeram. É
exatamente disso que essa Lei protege, não limita a discricionariedade mas, sim, a irresponsabilidade.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E a irresponsabilidade tem de ser limitada, Srs. Deputados!
Aplausos do CDS-PP.
Já aqui se falou, várias vezes, sobre posições assumidas pelo CDS no passado, e se há uma posição que
o CDS teve no passado foi a de defender, inclusive em revisões constitucionais, que houvesse na Constituição
limites para o défice, para a dívida e para a carga fiscal.
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E sempre o fizemos em nome das gerações futuras, que, no
limite, são as que pagarão esses excessos dos governos dos tempos em que vivemos.
Mas é também verdade que a Lei de Enquadramento Orçamental não faz «garrote» nenhum, pois permite
a ponderação de circunstâncias excecionais; permite…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ai que sorte!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não é sorte, Sr. Deputado, é consciência! Portanto, não vale
a pena fazer demagogia
Quando a lei tem mecanismos, não vale a pena os senhores virem aqui dizer, com um discurso
demagógico, que a lei estabelece um «garrote». Mas qual «garrote» quando os saldos analisados afastam as
circunstâncias do ciclo económico,…
Protestos do PCP.