26 DE ABRIL DE 2013
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auditoria da Inspeção-Geral de Finanças à gestão empresarial daquela empresa na última década, pelo
menos, vá para a frente e seja aprovada por esta Assembleia.
É um favor, é uma obrigação mínima para com a população daquela região e pelos trabalhadores, que
sempre disseram que não estavam de acordo com a qualidade da gestão empresarial dos Estaleiros Navais
de viana do Castelo, aprovar uma auditoria à sua gestão.
Espero que o Sr. Deputado e a sua bancada suportem esta nossa proposta.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado
Eduardo Teixeira.
O Sr. Eduardo Teixeira (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Honório Novo, o novo desenvolvimento de
que houve conhecimento sobre os Estaleiros Navais de Viana do Castelo deveu-se, como já aqui foi dito, a
não haver condições para devolver os 181 milhões de euros da empresa ao Estado relativos aos apoios ilegais
concedidos entre 2006 e 2011.
Dado a empresa não dispor deste montante para devolver ao Estado, inviabilizando a sua reprivatização, o
Governo apenas anunciou o cancelamento do processo de reprivatização que estava em curso e o anúncio de
um novo modelo alternativo para que a empresa não bloqueie.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É falso!
O Sr. Eduardo Teixeira (PSD): — Mas sabemos, também, Sr. Deputado, que foi anunciada, em
simultâneo, a construção de dois navios asfalteiros, o que envolve o montante de 128 milhões de euros.
Sabemos que isso irá dar trabalho aos Estaleiros Navais no processo que agora se inicia precisamente
para que aquela empresa não bloqueie e tenha sucesso e para que os trabalhadores tenham trabalho.
É bom lembrar — ainda há pouco o Sr. Deputado Marcos Perestrello falou do processo de reestruturação
que este Governo encontrou em cima da mesa quando tomou posse — que este processo de reestruturação
previa o despedimento de 420 trabalhadores. Mas nós não fomos nem iremos por aí.
Neste processo alternativo que está a ser criado, e face a uma limitação legal e a uma investigação que
está a ser levada a cabo pela Direção-Geral da Concorrência da União Europeia, temos para nós uma garantia
e uma certeza: eu, que sou Deputado eleito por Viana do Castelo, com muita honra, e o meu partido tudo
faremos para manter a atividade de construção naval em Viana do Castelo.
Por isso mesmo, iniciou-se já a construção de dois navios (no montante de 128 milhões de euros),
mantendo-se, assim, os postos de trabalho. Repito, pois, que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance
para manter a construção naval em Viana do castelo. Era mais fácil ter pegado no plano de reestruturação que
estava em curso e que foi iniciado pelo Partido Socialista. Mas, se assim se tivesse feito, hoje já não estariam
a trabalhar naquela empresa 420 trabalhadores e, porventura, passado este tempo, já nem aos apoios sociais
teriam direito face ao despedimento que estava previsto.
Que fique bem claro que estaremos vigilantes face às atitudes que o Governo está a tomar, mas
consideramos que as toma para que haja rumo e para que a atividade naval se mantenha em Viana do
Castelo.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está um bocado atrapalhado!
O Sr. Eduardo Teixeira (PSD): — De outra forma, Sr. Deputado, quando o Governo anunciou o fim da
privatização, não faria sentido iniciar a construção.
Também hoje, se os senhores ouviram com atenção, o Sr. Ministro da Defesa deixou um apelo. Disse que
temos três meses para encontrar novos interessados e, assim como na privatização houve interessados e
propostas firmes, neste modelo alternativo haverá também, com certeza, propostas firmes.
O Governo deixou ainda um outro desafio: um desafio para que a região de Viana do Castelo se empenhe
nesta questão. Nisto, no desafio que fez para que o município de Viana do Castelo encontre parceiros, de