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26 DE ABRIL DE 2013

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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Honório Novo (PCP): — E o que é que propõem? Em vez de uma privatização, uma privatização

encapotada. É isto que os senhores querem fazer: uma privatização encapotada, ao sabor de um interesse

privado qualquer! Mas o que têm de fazer, em nome do País e da economia, é responder a isto e provar que é

possível que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo sejam viabilizados e não condenados por terem

recebido 180 milhões de euros.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana

Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Honório Novo, quero agradecer-lhe a

intervenção que fez e dizer-lhe que defendemos que uma auditoria é absolutamente necessária. Até temos

dito, neste Plenário, que a gestão feita nos Estaleiros e noutras empresas na área da defesa deixa muito a

desejar e há fortes indícios de ter culpas e de poder ser corresponsabilizada pela má gestão daquela empresa.

Sr. Deputado, a nossa opinião é a de que o Governo, para além de diversas incapacidades, desde logo a

grande incapacidade e até ilegitimidade para governar o País e renegociar a dívida, também tem uma

incapacidade óbvia, a de não querer renegociar ou, pelo menos, fazer frente à questão dos 180 milhões de

euros de ajudas recebidas da União Europeia, como o Sr. Deputado bem disse — e nós concordamos —,

entre 2006 e 2011. O que a União Europeia exige é que o Governo tenha a capacidade de fazer um plano, e

aponta um plano de viabilização.

Ora, o que temos visto e vimos, na decisão do Conselho de Ministros de hoje, é exatamente uma mão

cheia de nada. Não está nesta resolução qualquer proposta concreta, apenas se diz que vai iniciar-se a

utilização dos terrenos concessionados. Mas isto quer dizer exatamente o quê? Por isso, perguntávamos, há

pouco, ao Sr. Deputado Abel Baptista se sabia mais alguma coisa, a propósito da resolução do Conselho de

Ministros e das declarações do Sr. Ministro da Defesa, uma vez que foi dito, claramente, que, em relação aos

postos de trabalho que estão em causa, acreditam que a subconcessão possa absorver o maior número

possível, mas não podem dar garantias. Foi isto que disse o Sr. Ministro da Defesa!

Portanto, Sr. Deputado Honório Novo, o que está aqui em marcha é exatamente a liquidação dos Estaleiros

Navais de Viana do Castelo. Têm razão, a população, todos os trabalhadores e todas as forças vivas de Viana

do Castelo, para estar absolutamente indignados com este Governo, que, de facto, tem querido gerir à

distância e não tem querido ir ao terreno. Abandonou os Estaleiros, abandonou aquele know-how, abandonou

a população de Viana do Castelo!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Srs. Deputados, peço desculpa, mas, há pouco, não registei um

pedido de palavra do Sr. Deputado Eduardo Teixeira, pelo que lhe peço, desde já, que diga para que efeito

pretende usar da palavra.

O Sr. Eduardo Teixeira (PSD): — Para defesa da honra, Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para defesa da honra pessoal?

O Sr. Eduardo Teixeira (PSD): — Exato, Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, no Regimento da Assembleia da República está

previsto que os pedidos de defesa da honra ocorram no final do debate. Ora, a Mesa faz a interpretação de

que o debate fica concluído com o fim das declarações políticas, pelo que, no fim deste debate, o Sr.

Deputado terá, obviamente, oportunidade de, em 2 minutos, proceder à defesa da sua honra pessoal.